BC pergunta a mercado impacto de limitação do ICMS sobre projeções de inflação
Com a alta dos preços no centro do debate político no País, o Banco Central perguntou aos analistas do mercado financeiro o potencial impacto que uma aprovação da limitação da alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo teria sobre as projeções de IPCA – o índice oficial de inflação. A pergunta sobre a medida em tramitação no Congresso Nacional foi feita no questionário pré-Copom e o BC pede também quanto do impacto estimado já está incorporado nas estimativas inflacionárias.
O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre nos dias 14 e 15 de junho. Atualmente, a taxa Selic está em 12,75% ao ano.
O projeto já foi aprovado pela Câmara e está em tramitação no Senado, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) já entrou no jogo para tentar um acordo entre o governo federal e os Estados. Na prática, a medida aprovada na Câmara limita a alíquota do ICMS cobrado sobre esses produtos a 17%.
Outra novidade desse questionário foi o pedido de detalhamento pelo BC das razões que provocaram mudanças nas projeções de IPCA para 2022 e 2023 desde o último encontro do Copom, em maio. Atualmente, o foco da política monetária se concentra todo no ano que vem, horizonte para o qual as projeções do mercado também já se mostram bem afastadas do centro da meta (3,25%). Da mesma forma, o BC pede para as instituições explicarem os principais riscos para as suas previsões centrais.
Além disso, a autoridade monetária também perguntou, como de costume, quais são as projeções oficiais dos analistas para a inflação, assim como o viés, ou seja, se é mais provável continuarem estáveis, subirem ou caírem.
O restante do questionário também repete edições anteriores, com perguntas sobre as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 e 2023, assim como da China, dos Estados Unidos e da Zona do Euro. Há também pedidos de projeções de inflação para essas regiões, além de questionamentos sobre os principais riscos externos para o Brasil e sobre a evolução da taxa de juros americana – assunto que tem movimentado os mercados recentemente.
Há ainda pedido de estimativas sobre o hiato do produto, o crédito, as contas externas e as variáveis fiscais do País, assim como um pedido de avaliação sobre a situação das contas públicas desde o último Copom.