BCE ainda vê riscos de baixa no curto prazo, sobretudo com cepas da covid-19
Integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel ressaltou nesta quinta-feira que “ainda há riscos de baixa” em sua perspectiva, sobretudo diante da “rápida disseminação” de novas cepas da covid-19. Ela falou do assunto durante evento virtual da Universidade de Nova York.
Em sua fala, Schnabel notou que o impacto econômico da segunda onda do vírus na Europa foi menor, em comparação com o primeiro.
Segundo ela, houve certa “adaptação” das pessoas à crise de saúde. De qualquer modo, ela ressaltou que a prioridade agora é avançar na vacinação para permitir uma retomada mais vigorosa da atividade.
Schnabel também disse que, no quadro atual, um corte maior nos juros já “muito baixos” pode não apenas reduzir retornos, mas “também aumentar os custos”, advertiu.
De qualquer modo, ela renovou a postura do BCE de apoiar a retomada e comentou que ajustes graduais serão feitos na política monetária, para lidar com o quadro.
De acordo com a dirigente, os mercados não excluem mais a possibilidade de que a inflação fique mais forte do que o esperado, por questões como o aumento da poupança em parte da população e eventuais ajustes nas margens de lucro das empresas na retomada econômica.
Schnabel disse que, no cenário atual, a alta nos juros nominais não foi acompanhada até agora por um avanço nos juros reais. Ela notou que uma alta nos juros reais não é necessariamente um sinal de que as condições financeiras estão se tornando menos favoráveis, mas pode ocorrer por exemplo num contexto de recuperação da economia.