BCE: riscos para economia estão equilibrados no curto prazo, mas inflação segue alta na Europa

20/jun 16:22
Por Laís Adriana / Estadão

Os riscos para o crescimento econômico da zona do euro estão equilibrados no curto prazo, mas pendem para um enfraquecimento no médio prazo, aponta o boletim econômico divulgado pelo Banco Central Europeu (BCE) na manhã desta quinta-feira, 20. Por outro lado, o banco central terá que “manter juros restritivos pelo tempo que for necessário” até baixar a inflação europeia, que segue elevada.

O boletim reforça as projeções econômicas lançadas pela equipe técnica do BCE, após a decisão monetária de 6 de junho. A análise reafirma que as pressões domésticas de preços continuam fortes e o avanço salarial permanece elevado, o que deve resultar em uma inflação acima da meta até 2025.

O BCE também não está comprometido com uma trajetória predeterminada de juros, lembra o boletim. “O Conselho de Governadores do BCE está determinado a garantir o retorno da inflação a 2% no médio prazo, de modo sustentável”, reiterou o banco central, acrescentando que tomará decisões com base em dados e a cada reunião para determinar “o nível apropriado de restrição”.

A análise nota que a economia da zona do euro voltou a crescer no primeiro trimestre de 2024, com avanço de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB), depois de cinco trimestres de estagnação. O desempenho reflete a expansão do setor de serviços, estabilização da indústria em níveis baixos e aceleração dos gastos com consumo.

Além disso, houve impulso das exportações sobre a atividade econômica. “A demanda externa deve continuar a expandir, apoiando o crescimento de exportações da zona do euro, enquanto os impactos negativos do aperto monetário desaparecem gradualmente no médio prazo”, prevê o boletim. Na ponta positiva, o BCE projeta moderação no avanço salarial europeu ao longo do ano e absorção parcial por lucratividade de empresas, enquanto as expectativas inflacionárias seguem ancoradas.

Ao mesmo tempo, o BCE espera a concretização de políticas fiscais – como o programa Next Generation EU, união do mercado de capitais, etc – concentradas em aumentar a produção e competitividade dos países da zona do euro, o que “pode ajudar a ampliar o crescimento potencial e reduzir pressões de preços no curto prazo”.

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