Bebendo com o inimigo

02/05/2017 13:00

Vamos inicialmente tecer comentários sobre a nossa amiga sempre presente: a água.  A água é de fundamental importância para todos os seres vivos na natureza. Embora as plantas e posteriormente os animais evoluíram para a vida terrestre, sua dependência com a água jamais foi quebrada. A respiração, por outro lado, tem a água como um de seus produtos resultantes. O corpo humano é constituído em média 60% em massa de água, cuja distribuição varia conforme o tecido. O suor, utilizado para manter a temperatura corporal constante em cerca de 37°C, é uma das principais causas de perda de água do organismo que acontecem continuamente, mas em especial quando ocorre a prática de uma atividade física intensa. 

Não use desodorantes antitranspirantes! No total, cerca de dois litros de água são perdidos diariamente do corpo de uma pessoa adulta. Desta forma, a mesma quantidade deve ser reposta para evitar a desidratação, através do consumo de água tratada e alimentos ricos em água, como frutas e vegetais. Entramos, agora, no campo do inimigo: o refrigerante. Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde do Brasil, o número de pessoas que está passando a consumir refrigerantes regularmente está aumentando. No ano de 2008, a porcentagem de brasileiros era de 24,6%. A pesquisa realizada no final do ano de 2009 mostrou um aumento para 27,9%. Segundo estudos apresentados na conferência anual da Associação Americana de Diabetes, a ingestão de bebidas diet, a longo prazo, podem causar aumento de até 70% na circunferência abdominal devido ao acúmulo da gordura visceral no corpo. 

Os governos têm sido orientados pela Organização Mundial de Saúde para proibir propaganda de alimentos com baixo valor nutricional nas escolas. Tornou-se proibido por Lei no Brasil o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para as escolas comprarem refrigerantes, refrescos artificiais e demais bebidas com baixo teor nutricional para a merenda escolar, de acordo com publicação no Diário Oficial da União de 17 de junho de 2009. As escolas de Petrópolis devem ficar atentas e não permitir a oferta destas bebidas aos seus alunos. 

O refrigerante contém valor nutricional quase nulo, além de possuir diversas substâncias artificiais em sua composição. Refrigerantes são ainda ricos em açúcar, o que prejudica a boa forma e traz o surgimento de cáries, principalmente nas crianças. As versões diet, que supostamente não contêm glicose podem ainda expor os dentes a ácidos capazes de estragar o esmalte. Vários corantes possuem substâncias cancerígenas. Além de tudo, o consumo de refrigerantes também reduz significativamente a ingestão de bebidas saudáveis como a água, o leite e os sucos naturais, perdendo nutrientes importantes. Devido ao alto teor de açúcar e gás podem agravar problemas gastrointestinais. Em pesquisas realizadas no Brasil, o Instituto Proteste encontrou a substância cancerígena, o benzeno, em diversas marcas. A OMS afirma que não há limite seguro para a ingestão deste componente que está relacionado com a produção de leucemias e linfoma. 

Outro componente de alguns refrigerantes, o ciclamato de sódio, tem várias restrições ao seu consumo. O ciclamato, associado à sacarina na proporção 10:1, até então consumido em grandes quantidades nos EUA, foi interpretado pelo FDA como indutor de câncer de bexiga em ratos. Posteriormente a estes estudos, o US Department of Health, Education and Welfare proibiu seu uso nos EUA em 1969, quando apresentou-se que este composto não possuía qualquer valor no tratamento da obesidade ou diabetes. Até hoje os americanos continuam com a proibição. Assim, caros leitores, procurem retirar os refrigerantes do cardápio da sua família, pois, todo o bem e o mal, advêm de conhecimento e costume.

achugueney@gmail.com

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