Blogueiro condenado por bomba no Aeroporto de Brasília é preso no Paraguai

14/09/2023 18:58
Por Gabriel de Sousa / Estadão

O blogueiro Wellington Macedo de Souza, de 47 anos, condenado pela tentativa de atentado à bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal do ano passado, foi preso no Paraguai nesta quinta-feira, 14. A prisão ocorreu após operação conjunta da Polícia Nacional paraguaia com a Polícia Federal (PF).

Segundo a PF, Wellington Macedo de Souza será extraditado para o Brasil na tarde desta quinta. Ele será entregue às autoridades brasileiras na Ponte da Amizade, ligação entre a cidade paraguaia de Ciudad del Este e o município parananese de Foz do Iguaçu. Ao lado de Alan Diego dos Santos Rodrigues e George Washington de Oliveira Sousa, ele participou de uma tentativa de explodir um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto de Brasília, uma semana antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O motorista do caminhão identificou a presença da bomba antes da detonação. O artefato foi encontrado e inutilizado pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Macedo de Souza estava foragido desde janeiro. No dia 18 de agosto, ele foi condenado pela Justiça Federal de Brasília a seis anos de prisão, em regime inicial fechado, e ao pagamento de multa no valor R$ 9,6 mil. Os outros dois condenados estão presos.

Macedo foi assessor no ministério de Damares Alves

Macedo de Souza foi assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que era chefiado pela atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Segundo a tabela de remuneração de cargos comissionados do governo federal, a remuneração dele era de R$ 10.373,30.

Além dos salários, o Portal da Transparência mostra que Macedo de Souza recebeu cerca de R$ 24 mil em pagamentos de indenizações e pagamentos de diárias após ser exonerado. Depois da saída do ministério, o blogueiro recebeu quatro parcelas do auxílio-emergencial, de R$ 600, que foram pagos em maio, junho, julho e setembro de 2020.

Em setembro de 2021, ele foi preso pela PF em inquérito aberto para investigar a organização de manifestações violentas no feriado de 7 de Setembro daquele ano. À época, foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos responsáveis pela divulgação de um “ato violento e antidemocrático” previsto para aquele feriado.

Em postagem no Twitter, ele registrou uma provável referência ao golpe militar de 1964. “Após 57 anos, serão derrotados os que se achavam donos do poder. Poder o povo dá. Poder o povo tira, só o povo é o poder”, disse.

Em 2022, Macedo de Souza tentou se eleger a deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), mas não teve sucesso. Nas redes sociais, pedia votos exibindo uma tornozeleira eletrônica – a medida cautelar foi imposta pela ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em substituição da prisão preventiva no inquérito das manifestações do Dia da Independência de 2021.

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