Bloqueio atrioventricular é perigoso?
Bradicardia Sinusal e Bloqueio Atrioventricular de primeiro grau são mais freqüentes em corredores. Calma aí! Esse nome feio não se trata de nenhum mal causado pelo hábito de correr. Já conversamos em artigos anteriores sobre o “Coração de Atleta”. Bradicardia Sinusal e Bloqueio Atrioventricular é apenas uma das adaptações fisiológicas cardíacas resultante da corrida de rua principalmente as de longa duração. Sabe aquele traçado gráfico quando a gente faz o exame de eletrocardiograma? Pois bem. Os batimentos cardíacos são resultante do sinal elétrico que nasce num local chamado Nodo Sinusal e tem uma velocidade característica. Quando existe um retardamento dos sinais elétricos no trajeto dos átrios (câmara superior do coração) para os ventrículos (câmara inferior do coração) sem nenhum sintoma não há com que se preocupar. Não necessita nenhum tratamento principalmente quando a gente vai num cardiologista do esporte e conhece seu histórico. O remodelamento cardíaco caracterizado por hipertrofia ventricular esquerda, aumento nas dimensões de ventrículo esquerdo, átrio esquerdo e do ventrículo direito é diferente nas diversas modalidade esportivas. Dos ciclistas o remodelamento é maior que dos corredores. Não é difícil entender isso. Eu acompanhei o Tour de France deste ano com 3.328 km com 21 etapas sendo 8 de montanha ao longo de três semanas e agora estou acompanhando a Volta da Espanha tão dura quanto. O preparo físico desses atletas é simplesmente um absurdo. O alerta que deixo hoje é que façam seus exames periódicos, mas façam com médicos especialistas do esporte e conheçam seu histórico esportivo. Determinados diagnósticos podem ser confundidos.
Literatura Sugerida: Pelliccia et al., (2005) Prevalence and clinical significance of left atrial remodeling in competitive athletes. J Am Coll Cardiol.