Possível resposta: Multimercado

17/08/2022 14:54
Por Rafael Cataldo

No último artigo falamos das carteiras sugeridas de diversos players do mercado e das casas de research, que passam por diversas classificações e nomenclaturas visando proporcionar ao investidor e aos consumidores de informações do mercado financeiro uma praticidade na hora de fazer suas escolhas se aproveitando dos resumos dos especialistas dos mercado.

Mas, além das carteiras sugeridas, atualmente um dilema vem ocupando a mente do investidor: aproveitar a alta da Selic e demais índices atrelados a ela ou aproveitar que as ações de empresas brasileiras negociadas na B3 estão baratas segundo alguns analistas e assim seria um momento oportuno para realizar boas compras. Essa é a grande questão que iremos analisar neste artigo.

Alta do Juro chegou ao fim?

Na última semana, o Copom elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic, para 13,75% ao ano, conforme esperado pelo mercado. Sem descartar a possibilidade de nova elevação, o comitê dá sinais que as seguidas altas estão chegando ao fim de um ciclo visto que já temos até mesmo uma expectativa de deflação em agosto o que já permite ver sinais de que a alta da Selic começa a surtir os efeitos esperados e por isso deve permanecer neste patamar por um tempo e depois retomar níveis mais baixos no segundo semestre de 2023 e 24. Mas 2022 certamente deve manter estes patamares conforme sinalização. Ou seja, a elevação sim, deve terminar, mas cair, só ano que vem. A inflação ainda assombra nossa economia.

Renda Fixa

Vimos no primeiro semestre uma corrida do investidor a alguns títulos públicos federais e também à CDBs indexados à inflação e Selic. A B3 relatou que a base de aplicações financeiras em renda fixa cresceu mais de 24% no sistema financeiro brasileiro em 2022, com CDBs liderando a captação.

CDBs

Quero aqui fazer uma ressalva aos CDBs com alto % do CDI. Vemos corretoras e bancos fazendo propagandas de CDBs pagando 200% do CDI, 300%… altos porcentuais em grande destaques nos banners mas que são acompanhados de letras minúsculas que informam que tais ofertas são para pequenos aportes e muitas vezes só para clientes novos. Estratégia de nicho que muitas vezes desagrada quem já é cliente.

Outro detalhe que alerto ao investidor é que o % CDI pago por um CDB de um banco muitas vezes reflete o apetite dele de ir ao mercado captar e em alguns momentos isto pode ser reflexo da necessidade de caixa desta instituição. Ou seja, o investidor deve sempre ficar alerta aos altos % CDIs ofertados. Como dizem por aí, não existe almoço de graça.

Uma boa estratégia para alguns investidores é ter contas em vários bancos e várias corretoras para distribuir seus valores aplicados em CDBs com boa rentabilidade pulverizando o aportes em diversos emissores e assim se resguardando com o FGC, fundo garantidor que dá ao investidor a segurança de liquidez caso o emissor do CDB não honre o resgate/pagamento. Claro que esta estratégia dá trabalho ao investidor que deve ter contas e pode ter custos de diversas plataformas de investimentos. Esta estratégia também é válida para investidores com tempo e apetite por avaliar a tecnologia das plataformas de investimentos, analisando o que cada uma tem de melhor não só em produtos mas também tem usabilidade e tecnologia.

E a Bolsa, está realmente barata?

O índice que mede a performance da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, caiu 6% no primeiro semestre e mais de 10% só em junho. 

Recentemente, ações de bancos tiveram preços elevados, pois foi um segmento que registrou altos lucros. Destaque ao Banco do Brasil que bateu lucro recorde. Com promessas de suas diretorias de pagamento recorde de dividendos aos acionistas além de bons números divulgados ao mercado, o óbvio aconteceu e as ações subiram de preço.

Mas então o que está barato na Bolsa?

Primeiro uma referência: vá direto ao site da B3 no link abaixo e literalmente brinque com a ferramenta de análise gráfica no tempo. Selecione períodos diferentes, ativos diferentes e tire suas conclusões como as imagens acima. É público e oficial. https://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/servicos-de-dados/market-data/cotacoes/

Consenso geral do mercado financeiro que ações do Varejo e Construção Civil podem sim ser uma oportunidade para o investidor realizar bons ganhos no segundo semestre de 2022. No artigo anterior fiz menções a papéis de boas empresas que apesar de negócios sólidos estão sub-especuladas no mercado.

E como se adaptar a este vai e vem entre Renda Fixa e Bolsa?

A resposta está no título do artigo: BONS FUNDOS MULTIMERCADOS. O nome muitas vezes assusta, mas na verdade é uma ótima opção para investidores que gostam de aproveitar as melhores oportunidades do mercado sem ter que sozinho fazer a gestão de sua carteira.

Além de ter que avaliar os ativos, ainda sofremos com especulações políticas em ano eleitoral. Assim sendo, bons gestores de fundos multimercado trabalham de forma ativa para rentabilizar o patrimônio alocado sob sua gestão. Os MMs como são denominados nas siglas de nomes de fundos dão liberdade aos gestores para rapidamente direcionar aplicações em ativos de alta performance e ao mesmo tempo liberdade de em momentos de retração e perdas rebalancear suas carteiras a fim de minimizar prejuízos.

“O grande valor da experiência e qualificação dos gestores profissionais, colocando ênfase na categoria de multimercados, fundos que são capazes de se preparar para diversos cenários por meio de várias classes de ativos”, segundo artigo do site O Especialista.
(https://oespecialista.com.br/multimercados-com-gestao-profissional-sao-boas-opcoes-em-ambiente-inflacionario)

Diversificação é a palavra chave

Assim, mais uma vez deixo claro que a segurança do investidor passa pela diversificação de sua carteira e que os MMs são um instrumento desta diversificação. Lógico que não são o único instrumento, mas apenas um deles. 

Fica a dica para uma visita ao artigo do O Especialista que fala sobre “Investimentos para aproveitar o fim do ciclo de alta do juro”

Até o próximo artigo.

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