Bolsas da Europa fecham na maioria em alta, após corte de juros do BCE e sinais da autoridade

12/dez 14:12
Por Matheus Andrade, especial para a AE / Estadão

As bolsas da Europa fecharam na maioria em alta nesta quinta-feira, 12, em sessão que repercutiu a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar os juros pela quarta vez no ano, reduzindo as taxas em 25 pontos base (pb), colocando a referência de depósitos em 3%. A dimensão da redução era amplamente esperada, mas a presidente do BCE, Christine Lagarde, ao participar da coletiva de imprensa após o anúncio, indicou que um corte de 50 (pb) chegou a ser cogitado pelos dirigentes.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,17%, a 519,07 pontos.

O BCE retirou a sua promessa de manter as taxas diretoras “suficientemente restritivas durante o tempo que for necessário” para devolver a inflação ao objetivo.

Lagarde afirmou que o crescimento da zona do euro está perdendo força e que a recuperação está mais lenta do que o esperado.

O BCE revisou em baixa as projeções para o crescimento da zona do euro, com a alta média anual do PIB real de 2024 caindo de 0,8% no levantamento de setembro para 0,7% em 2024, de 1,3% para 1,1% em 2025 e de 1,5% para 1,4% em 2026. Já a projeção para inflação é de que o núcleo deve desacelerar de 2,9% em 2024 para 2,3% em 2025.

Segundo o ING, o BCE procura agora levar as taxas para níveis neutros. Lagarde sugeriu que os dirigentes viam o nível da taxa neutra entre 1,75% e 2,5%. Dado o risco de que as suas perspectivas de crescimento sejam demasiado otimistas, passar para a posição neutra poderá não ser suficiente, avalia o banco holandês. “Por mais que o BCE tente apontar corretamente o dedo aos governos para que utilizem reformas estruturais para melhorar as perspectivas de crescimento, com os problemas políticos na França e na Alemanha, é elevado o risco de o banco ainda ter de fazer o trabalho pesado, pelo menos durante o próximos meses”, projeta.

Ainda nesta quinta, o SNB, como é conhecido o banco central suíço, reduziu os juros para 0,50%, em ritmo mais forte que o esperado pelo mercado. Neste ambiente, o DAX avançou 0,15% em Frankfurt, a 20.428,91 pontos, renovando mais uma vez seu recorde de fechamento. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,36%, a 34.857,37 pontos. O PSI 20 ganhou 0,14%, a 6.361,04 pontos, em Lisboa. Fora da zona do euro, o FTSE 100, subiu 0,12%, a 8.311,76 pontos, em Londres.

Por outro lado, em Madri, a Inditex voltou a cair, seguindo resultados negativos da empresa, recuando 2,54% e pesando no Ibex35, que teve queda de 0,15%, a 11.771,80 pontos. Ainda na cidade, a Grifols, empresa global de saúde e fabricante de medicamentos, disparou 8,87% depois que anunciou a assinatura de um acordo para a colocação de dívida privada de 1,3 bilhão de euros. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,03%, a 7.420,94 pontos.

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