Bolsas da Europa fecham na maioria em alta, com alívio por tarifas de Trump e PPI dos EUA

14/jan 13:53
Por Matheus Andrade, especial para a AE / Estadão

As bolsas da Europa fecharam na maioria em alta nesta terça-feira, 14, depois de duas sessões de baixas e de escalada nos juros de títulos soberanos. Entre os impulsos, esteve certo alívio com as prováveis políticas tarifárias do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, além de indicadores americanos de inflação mais leves. Por outro lado, ações de empresas de energia, que vinham subindo nos últimos dias, estiveram pressionadas pela correção nos preços do petróleo.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,07%, a 508,31 pontos.

Para o Deutsche Bank, a melhora no sentimento de risco ocorre frente a expectativas por implementação gradual das tarifas pelo governo de Trump, após reportagem da Bloomberg divulgada na segunda-feira à noite. Além disso, o aumento mais modesto do que o esperado no Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) e a estabilidade do núcleo em dezembro foram avaliados como “encorajadores” pela Capital Economics.

Na Europa, o primeiro-ministro da França, François Bayrou, confirmou nesta terça a meta de estabelecer déficit fiscal de 5,4% do PIB em 2025. O número representa um aumento em relação ao objetivo de cerca de 5% do PIB fixado pelo antecessor de Bayrou, Michel Barnier, que foi destituído do cargo em meio ao impasse para a aprovação do orçamento.

O primeiro-ministro argumentou que o país também não pode ignorar a importância de implementação de uma reforma da previdência. Por sua vez, o tema é alvo de controvérsias, e desencadeou disputas com alas à esquerda do Parlamento, conferindo maior instabilidade à política francesa.

Já a ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, reforçou nesta terça o compromisso com a sustentabilidade fiscal, em meio a turbulências no mercado de Gilts.

Ações de empresas de luxo também impulsionavam os mercados, após o grupo italiano de moda Brunello Cucinelli reportar receita melhor que a esperada no quarto trimestre, apesar do cenário de desaceleração da demanda, colocando em foco o início da temporada de balanços no continente. Os papéis do Brunello Cucinelli subiram 2,01% em Milão, onde o FTSE MIB avançou 0,93%, a 35.124,59 pontos. Em Paris, o grupo LVMH teve alta de 0,82%, onde o CAC 40 avançou 0,20%, a 7.423,67 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 teve queda de 0,28%, a 8.201,54 pontos, penalizado por ações ligadas a commodities. Os papéis da BP caíram 2,54%, depois de a petrolífera se juntar a pares e cortar projeções para resultados do quarto trimestre. Em Frankfurt, o DAX fechou em alta de 0,64%, a 20.261,41 pontos. Em Madri, o Ibex35 subiu 0,56%, a 11.753,60 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 0,73%, a 6.376,82 pontos.

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