Bolsas de NY fecham em baixa, pressionadas por CPI acima do esperado e perspectivas para o Fed

10/abr 17:35
Por Matheus Andrade, especial para o Broadcast / Estadão

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta-feira, 10, pressionadas pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano de março. A inflação acima do esperado por analistas reforçou a visão de que o Federal Reserve (Fed) deverá manter os juros mais elevados por mais tempo, algo que contou ainda com indicações com a publicação da ata da última reunião de política monetária da autoridade.

O índice Dow Jones encerrou a sessão em baixa de 1,09%, aos 38.461,51 pontos; o S&P 500 caiu 0,95%, aos 5.160,64 pontos. O Nasdaq desvalorizou 0,84%, aos 16.170,36 pontos.

Somado ao payroll mais forte que o esperado divulgado na sexta-feira (5), o CPI praticamente mata as esperanças de um corte de juros em junho pelo Fed, afirmou a Capital Economics. Já a ata da última reunião do Fed reconhece que há riscos para um crescimento econômico mais baixo nos EUA, mas mantém o foco na ainda persistente inflação, afirma a Pantheon em nota a clientes, ao destacar também que a instituição pode demorar muito para cortar juros. “O risco de o Fed esperar muito tempo e agir lentamente está aumentando”, afirma, ao destacar que a instituição ainda se move nas sombras da “inflação transitória”.

Após as divulgações, o mercado passou a precificar chance mais forte de o Fed promover apenas um corte de juros este ano, segundo o monitoramento do CME Group. Antes, a ferramenta ainda sugeria que era mais provável haver uma redução acumulada de 50 pontos-base, o equivalente a dois cortes de 25 pontos-base.

“A queda de hoje no S&P 500, após a divulgação de um relatório do CPI dos EUA para março mais quente do que o esperado, sublinha a vulnerabilidade do mercado acionário dos EUA a notícias decepcionantes sobre a inflação”, avalia a Capital Economics. No entanto, embora a retração tenha sido acompanhada por um aumento nos rendimentos dos Treasuries de curto prazo, à medida que os investidores continuaram reduzindo as suas expectativas de flexibilização monetária, a consultoria duvida que isso marque o início de uma nova tendência nos preços das ações.

Contrariando a tendência de queda, as ações da Meta avançaram 0,57%. Hoje, empresa revelou um novo chip para inteligência artificial (IA), desenvolvido com o intuito de impulsionar seus modelos de recomendações e classificações de anúncios. O chip é a segunda geração de uma versão anterior chamada MTIA.

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