Bolsonaro ataca jornalista; Soraya e Tebet reagem

28/08/2022 23:01
Por Sofia Aguiar, Eduardo Gayer, Iander Porcella e Bruno Luiz / Estadão

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacar a jornalista Vera Magalhães no debate da Band, o candidato Ciro Gomes (PDT) reforçou seu discurso como uma candidatura pacificadora nas eleições de 2022. Bolsonaro alterou o tom de voz ao responder pergunta de Vera e disse que a jornalista era mentirosa.

Além de citar o PT, Ciro afirma que “PT e Bolsonaro vão produzir coisas que o Brasil não merece”. “Nós precisamos restaurar a paz, reconciliar o Brasil ao redor de um novo e generoso projeto de desenvolvimento. Brigam para valer, mas patrocinam o mesmo modelo econômico, mesmo modelo de governança política em que a corrupção e a fisiologia são o centro do modelo de organização da política brasileira”, disse.

De acordo com ele, mudar o País significa “devolver a condição que nós sabemos fazer”, a exemplo de retomar a vacinação a nível nacional, com reconhecimento internacional. Classificando a vacina como “trivial”, Ciro lamentou que a imunização na pandemia da covid-19 ganhou propaganda contrária, além de virar “disputa politiqueira sobre quem é o pai da vacina”.

‘Tchutchuca’

A candidata do União Brasil ao Palácio do Planalto, Soraya Thronicke, também criticou o ataque que o presidente Jair Bolsonaro fez à jornalista Vera Magalhães durante o evento. Recentemente, o chefe do Executivo foi chamado de “tchutchuca do Centrão” por um youtuber.

“Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico incomodada”, declarou Soraya. “Lá no meu Estado tem mulher que vira onça e eu sou uma delas”, emendou.

A candidata criticou também quem “usa o nome de Deus em vão”, ao ser questionada sobre o Estado laico. “Todos têm direito a adorar o Deus que bem entenderem. Sou cristã e vim trabalhar para a paz”, disse, ao afirmar que quer acabar com a polarização política.

Governança feminina

A candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) reforçou críticas a Bolsonaro ao afirmar que não tem medo dele nem de seus ministros. Segundo a candidata, ela sofreu violência política na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, em 2021, a qual integrou.

“Recebi violência política na CPI, fui chamada de descontrolada. um outro me ameaçando porque queria me impedir de falar e de participar da ‘CPI da Vida’. E pior que isso, um ministro seu de Bolsonaro tentou me intimidar entrando no Supremo Tribunal Federal porque eu denunciei o esquema de corrupção da vacina que vossa excelência não quis comprar”, declarou.

Simone também aproveitou o tema e se solidarizou com a jornalista Vera Magalhães, que foi alvo de ataques de Bolsonaro. “Nós precisamos de uma mulher para arrumar a casa, precisamos de uma mulher para pacificar o País, para unir o País, para dar credibilidade, para fazer com que esse ódio, que começou lá atrás, no governo do PT, de nós contra eles, definitivamente chegue ao fim”, declarou. Segundo ela, caso seja eleita, será colocado em votação o projeto de igualdade salarial.

Em outra fala, Soraya Thronicke, afirmou durante o debate que vai “começar a entregar muita coisa”, sem dar detalhes sobre o quis dizer, e pediu reforço em sua segurança pessoal.

“Eu não tenho tempo para brigar. Então, não vou me misturar com briga e confusão. É lógico que eu fico brava, porque eu sou gente, como todo mundo que está me ouvindo”, declarou a senadora. “Não sou atriz e não estou aqui para disfarçar, mas vocês podem ter certeza que, do jeito que está, eu vou começar a entregar e é muita coisa aqui. Reforcem a minha segurança”, emendou.

Ela também disse que “não aguenta mais mentiras” no País e afirmou que “mentiram” sobre a corrupção. “Eu já estou vacinada contra a mentira e não virei jacaré até hoje, graças a Deus, mas o povo brasileiro não está vacinado contra a mentira”, declarou.

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