Bombeiros continuam nas buscas por desaparecidos no Vila Felipe

Na manhã desta quarta-feira, familiares estavam no entorno do deslizamento que aconteceu no Vila Felipe, à espera de alguma notícia sobre desaparecidos. Tamanho a aflição e destruição na localidade é resultado da chuva que ocorreu na cidade na terça-feira. No ponto de apoio, na Escola Municipal Vila Felipe haviam mais de 260 pessoas entre aqueles que passaram a noite no local e aqueles que resolveram voltar para suas casas após a trégua na chuva. Pela manhã as equipes do Corpo de Bombeiros se revezavam para atender os locais atingidos. No ponto de apoio, devido à quantidade de pessoas que buscaram abrigo, faltou materiais de higiene, colchonetes, cobertores e utensílio de urgência. O cenário é caótico. Moradores tentavam limpar suas casas, calçadas, consertar o possível nas ruas para dar acesso aos seus veículos e até carros de socorro que encontram dificuldades para chegar nos locais.

“Minha mãe, minha avó, minha família”, difícil até para a Rafaela Ferreira contar os parentes que podem ter sido soterrados no deslizamento. “As casas lá de cima caíram. A rua foi parar lá embaixo. Não sei nem que dimensão foi. Conseguiram tirar três pessoas com vida, mas tem muita gente desaparecida. Só minha tia e meu primo saíram com vida. Mas, não temos notícias das outras pessoas que estavam na casa da minha família”, conta.

Ontem, ela ainda conseguiu falar com a mãe, que achou que ainda era seguro permanecer no imóvel. “Falei: ‘mãe, desce!’, mas não deu tempo. Logo depois tudo desabou”, lembra Rafaela, que desde a meia noite de ontem está no local ao lado do José Luiz Carlos de Oliveira. À noite, antes do morro soterrar as casas, o filho dele, de 48 anos, foi ao local ajudar a retirar os moradores. Não deu tempo. “Ele também foi atingido pela barreira e está aí”, diz o aposentado.

Rua Teresa com deslizamento em vários pontos

“Chegamos aqui já tinha caído. Fomos socorrer nossos sobrinhos, eles estão bem. Conseguimos tirar nossa tia acamada. Ficou só o Tio”, relata Marco Aurélio de Souza, que diz que não deu tempo de encontrar o vizinho. Ele estava no trabalho e, assim que soube da tragédia, correu para o local para ajudar os vizinhos.

Na noite de ontem, um grande deslizamento de terra desceu, levando casas e atingindo um posto de combustível, na altura do número 1.114 da Rua Teresa, apenas um dos pontos devastados pela força da chuva nesta terça-feira (15), no principal polo de modas da cidade. Hoje, os escombros, a lama e carros obstruem a passagem.

Agora à tarde, a Prefeitura informou o fechamento da Rua Teresa no trecho entre os números 600 e 900. No local, há risco de ocorrência de novos deslizamentos em grande volume na via. O trecho está bloqueado por escombros e carros. Em comunicados emitidos pelo Governo Municipal a orientação é para que a população não acesse as regiões do primeiro distrito, por conta dos diversos trechos impactados por ocorrências das fortes chuvas que afetaram o município.