Bombeiros interditam pedalinhos do Parque Cremerie

27/02/2018 16:40

Desde o dia 20 de outubro do ano passado, os pedalinhos do Parque Cremerie estão interditados pelo Corpo de Bombeiros e ainda não há previsão para os equipamentos voltarem a serem utilizados pelos visitantes. A ação dos bombeiros aconteceu depois de uma denúncia sobre a falta de documentação e de segurança no local. 

Segundo o proprietário do bar, que funciona dentro do parque, e responsável pelos pedalinhos, Erly José de Souza, de 60 anos, todas as exigências do Corpo de Bombeiros já foram atendidas. Ele estaria aguardando a vistoria de um bombeiro para reativar os equipamentos. "Esta semana entreguei toda a documentação pedida e fizemos todas as exigências no lago que era de nossa competência. A minha expectativa é que façam logo a vistoria e liberam os pedalinhos para o uso o mais rápido possível", disse Erly.

Entre as exigências dos bombeiros está a inscrição dos números de cada pedalinho na parte da frente do equipamento, a compra de coletes e o uso obrigatório deles para as crianças menores de 12 anos que ficarem sozinhas nos pedalinhos, a contratação de um guardião de piscina credenciado, um laudo técnico de engenheiro naval, seguro de responsabilidade civil e instalação de baias ao redor das ilhas.

"Comprei 10 coletes para as crianças menores de 12 anos, contratei o guardião e fiz um seguro civil para as pessoas que forem utilizar os equipamentos. E por causa das baias, agora é proibido passear ao redor das ilhas. O lago está assoreado nestes trechos e a limpeza é de responsabilidade da Prefeitura", explicou o proprietário do bar. Os passeios de pedalinhos – 13 no total – começaram no parque em 1976, desde então, segundo Erly nunca houve nenhum tipo de exigência para o funcionamento dos equipamentos. 

Além da ausência dos passeios dos pedalinhos, o parque também apresenta outros problemas: as pontes que ficam no lago estão enferrujadas, algumas luminárias estão quebradas, parte do terreno das ilhas está desabando dentro do lago e as duas piscinas estão desativadas. Uma delas é aquecida e era usada para as aulas de hidroginástica da Academia da Saúde. 

Segundo o administrador do parque, Luiz Roberto de Souza (Brazilino), a piscina fechou a quatro meses e só será reativada quando o processo licitatório para a contratação de guarda-vida e de manutenção estiver concluído. Em nota, a Prefeitura informou que está abrindo a licitação, mas não deu prazo de quando será concluído. 

Apesar da falta de cuidado com o espaço, o parque atraiu milhares de visitantes. Só no ano passado, foram 144 mil. O casal Benedita do Socorro, de 54 anos e Ricardo Dias, de 55 anos, conheceram o parque na manhã de ontem (27). "Já conhecímos Petrópolis, mas é a nossa primeira vez aqui no parque. É uma pena que os pedalinhos não estejam funcionando, porque é mais uma atração para um espaço tão bonito como este", disse a dona de casa. O casal está morando em Petrópolis há um mês, fugindo da violência no Rio de Janeiro. "Lugares como este são lindos e precisam ser preservados", ressaltou Benedita.

Ainda na nota, a Prefeitura informou que realiza a manutenção de toda a área e estuda como viabilizar mais investimentos para o parque. A Prefeitura também irá abrir licitação para a exploração do bar. No fim do ano passado, a responsabilidade do parque passou da Comdep para o Instituto Municipal de Cultura e Esportes (IMCE). 

O Parque Cremerie fica em uma área de 40 mil metros quadrados e em 2017 recebeu 144 mil visitantes. Ele fica aberto de 8h às 17h, com entrada gratuita. O parque era a antiga Crémerie Buisson, fábrica de queijos de Jules Buisson, fundada em 1845, cujos produtos eram conhecidos em todo Brasil. Mais tarde, a Crémerie foi adquirida pela família Sixel, transformada em hotel e posteriormente em área pública.

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