Bombeiros vasculham rios e usam drones em busca de desaparecidos

23/02/2022 09:10
Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

Desde a noite do dia 15 de fevereiro, bombeiros de vários lugares do Estado atuam no socorro e resgate de vítimas da tragédia que ocorreu em Petrópolis. Além de atuar nos pontos de deslizamentos, bombeiros procuram por vítimas que foram arrastadas nos rios da cidade. São usados drones e equipes terrestres para fazer uma varredura nas águas, identificando pontos de interesse e deslocando até os locais um bombeiro especializado em mergulhos, o subtenente Donato.

“Estamos empenhados nessa missão de resgate de vítimas, especificamente nos resgates realizados nos rios. Estamos em busca das vítimas que podem ter sido levadas pelas correntezas. Algumas vítimas já foram encontradas, porém estamos buscando outros. Ficaremos aqui até finalizar essa busca”, disse o major Vilela.

Ainda aqueles que atuaram em salvamento nos mais diversos cenários, dizem que a dimensão da tragédia traz novos desafios, com um grande volume de água afetando as buscas e diferentes pontos de atendimento a serem vasculhados. Entulhos e galhos de árvores dificultam as buscas, mas acabam por ser os pontos de interesse, onde o corpo de uma possível vítima pode estar localizado. O mergulhador procura cada ponto de interesse, com um trabalho bem minucioso.

Neste trabalho de buscas, os militares levam em conta os relatos de vítimas desaparecidas nos rios. Os bombeiros trabalham sempre com a possibilidade de encontrar pessoas vivas. As buscas continuam até que todas as vítimas sejam encontradas.

“Nós fazemos um pente-fino no rio, olhamos todos os entulhos em um trabalho de formiguinha. A gente sempre tem esperança de encontrar pessoas com vida”, contou o subtenente Donato, membro do Corpo de Bombeiros há 25 anos.

Drones ajudam a encontrar desaparecidos e sinalizam riscos geológicos

Capazes de fazer imagens de qualidade altíssima, a uma altura de até três quilômetros, o mapeamento realizado pelas unidades não-tripuladas compara o cenário atual das estruturas geológicas com imagens prévias de satélite. A sobreposição das imagens permite entender o percurso que uma casa arrastada possa ter feito, tornando possível a identificação de pontos de interesse, onde é provável que haja desaparecidos. Após essa identificação, fica mais fácil encaminhar as equipes de busca, sejam bombeiros da corporação, a tropa canina ou máquinas de trabalho.

Do pátio da Igreja Santo Antônio os drones sobrevoam todo o Alto da Serra. (Foto: CBMERJ)

“O uso de drones é uma tecnologia estratégica com diversas possibilidades. Existe um potencial enorme para auxiliar as equipes de campo, evitando que entrem em risco e permitindo um maior planejamento de ações”, contou o major Danilo Teixeira.

O equipamento utilizado pelos militares é o drone UAS (Sistema de Aeronave Não-Tripulado) Matrice 210, com capacidade de zoom de até três quilômetros e uso de câmera térmica. O equipamento também está sendo utilizado no monitoramento de rios, realizando voos mais lentos e técnicos, com capacidade de melhor identificação de possíveis vítimas ou detritos.

De acordo com a corporação, a operação do Corpo de Bombeiros conta com três drones da Coordenadoria de Veículos Aéreos Não-Tripulados – COVANT. Assim que o drone observa alguma atividade suspeita em rios, por exemplo, logo é acionada uma equipe de mergulhadores. 

Equipes trabalham para encontra vítimas e no monitoramento geológico da área. (Foto: CBMERJ)

“Os drones conseguem chegar em locais que nossas guarnições, mesmo via terrestre, não conseguem. E como a imagem é em alta resolução, ela consegue dar detalhes do terreno, como fragmentos de pertences pessoais ou até a parte de uma residência. Essa análise cria novos pontos de trabalho para que as nossas equipes possam chegar onde não saberiam que tem ali uma estrutura ou até mesmo uma vítima”, complementa o major Fábio Contreras, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.

O emprego desse tipo de tecnologia, segundo o Corpo de Bombeiros, seguirá ao longo de todas as operações de resgate em Petrópolis. A atuação do drone no ar varia entre 20 e 30 minutos. Dessa maneira, os bombeiros utilizam baterias extra para dar maior condição de voo e análise para seguir a busca de vitimados.

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