BR-040 – O impasse I
A BR-040 é uma das rodovias mais importantes do país, ligando a antiga (Rio de Janeiro) à nova capital do Brasil (Brasília), atravessando importantes regiões e cidades como a Baixada Fluminense, Petrópolis, Juiz de Fora e a Zona da Mata mineira, Belo Horizonte, região de Três Marias, Sudeste de Goiás e Distrito Federal. Ela é o principal corredor entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, e, por isso mesmo, um dos eixos de integração mais importantes da região Sudeste do país.
Para Petrópolis, a BR-040 é estratégica, com forte impacto na vida econômica e social do município. A rodovia, para nós, tem múltiplas funções. Serve de via de abastecimento de matérias primas e escoamento da produção das indústrias locais, acesso mais importante para os frequentadores dos nossos polos de malhas e confecções e para os turistas que visitam a cidade e, ainda, para as pessoas que têm segunda residência em Petrópolis e em Itaipava. Do mesmo modo, a BR-040 é utilizada, diariamente, por milhares de petropolitanos que trabalham ou estudam no Rio e na sua região metropolitana.
A concessão da Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer) teve início em 1996. Os investimentos iniciais feitos na rodovia foram concentrados na Baixada Fluminense, com a ampliação das suas pistas incluindo a construção de dezenas de passarelas e a melhoria de inúmeros acessos. Em seguida, ao invés do início da construção da nova subida da Serra, a opção foi pelo trecho mineiro que teve duplicada a ligação Matias Barbosa – Juiz de Fora, além de novos acessos a diversos municípios, a modernização de pontes e a implantação de câmeras de controle do tráfego.
A construção da nova subida da serra de Petrópolis ficou por último, só tendo início em 2014, mas teve seu ritmo gradualmente reduzido a partir de meados de 2015 e, finalmente, as obras foram paralisadas no início de 2016. Em função dessa situação, temos, atualmente, duas rodovias em uma, sendo o melhor trecho aquele que vai de Itaipava até Juiz de Fora. O trecho da Baixada Fluminense, com a extensão de 20km, tem problemas de segurança, mas é certamente uma estrada moderna, com bom piso e sinalização viária, bons acessos e até iluminação pública.
O pior trecho, que destoa completamente dos demais, é o da serra de Petrópolis, com suas duas pistas em más condições de uso e as obras inacabadas na nova pista de subida. Além dos antigos problemas relacionados a uma rodovia construída há 80 anos, com muitas curvas fechadas e falta de acostamentos, temos os recentes problemas da falta de manutenção, com inúmeros buracos, trincados e afundamentos. Do mesmo modo, em função da paralisação das obras de construção da nova subida, o atual trecho de descida está se deteriorando rapidamente, já apresentando muitos dos problemas de manutenção que acontecem na subida da serra.
Para Petrópolis, o pior dos mundos é a paralisação das obras e o mau estado de conservação das pistas de subida e descida. São muitas as reclamações dos frequentadores de Petrópolis, quanto ao estado das pistas da serra, especialmente em função do alto valor do pedágio cobrado. Diversas entidades da sociedade civil, especialmente a NovAmosanta e a Firjan, têm reclamado seguidamente à Concer e à ANTT, da injustiça de os usuários petropolitanos da rodovia, os quais têm importante participação na receita do pedágio da rodovia, terem de pagar o segundo mais alto valor do pedágio do país, nas estradas sob concessão federal e não terem uma rodovia de boa qualidade.