Brasil e Rússia fecham acordo de proteção mútua a informações sigilosas

16/02/2022 16:15
Por Eduardo Gayer, enviado especial / Estadão

O Brasil e a Rússia firmaram nesta quarta, 16, um acordo de proteção mútua a informações sigilosas. O termo foi assinado na viagem oficial do presidente Jair Bolsonaro ao país e anunciado pelo ministro de Relações Exteriores, Carlos França.

“O ministro-chefe do GSI, Augusto Heleno, e sua contraparte russa firmaram um protocolo-acordo sobre proteção mútua de informações classificadas”, disse o chanceler em coletiva de imprensa.

De acordo com França, o acordo, no entanto, vai se adequar à Lei de Acesso à Informação brasileira. “A importância desse entendimento bilateral é que devemos ter uma cooperação, uma facilidade em tecnologias de ponta em áreas sensíveis”, seguiu o ministro. “A Rússia é para o Brasil uma referência mundial em desenvolvimento tecnológico, sobretudo no âmbito de sua indústria de defesa”.

A assinatura do entendimento ocorre em ano eleitoral, quando informações de governo tornam-se ainda mais sensíveis, e após tensões internacionais envolvendo a Rússia. Além do conflito com a Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, já foi acusado pelos Estados Unidos de espionagem.

Uma tecnologia russa bastante utilizada pelo universo bolsonarista é o Telegram, sob cerco da Justiça Eleitoral pela falta de colaboração no combate às fake news. Hoje, no entanto, o aplicativo, sem representação no Brasil, tem sede oficial nos Emirados Árabes Unidos.

A comitiva presidencial em Moscou é composta, além de Bolsonaro, pelos ministros Carlos França (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Defesa), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-geral da Presidência) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

O filho “Zero Dois” do presidente, Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, também veio à capital da Rússia, com uma agenda ainda pouco clara.

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