Brasil, o país do futuro
Na minha infância e até na adolescência ouvi, por diversas vezes o que diz o título desta crônica e, com minha santa inocência, acreditei. Eis que ao correr dos anos percebo que em alguns aspectos o país encolheu, ao invés de crescer e de evoluir. Para favorecer e incrementar o turismo, por exemplo, nós tínhamos no Rio de Janeiro dois belos e confortáveis cassinos. Um, na aprazível praia da Urca e o outro em nossa bucólica cidade de Petrópolis. Há muito que já não existem e não me perguntem o porquê, pois, a meu ver, não encontro motivo algum que justifique essa perda. Hoje levamos nosso dinheiro para deixá-lo no cassino do Paraguai, principalmente, por ser o mais próximo. Para os nossos 8.500 km de costa marítima, tínhamos duas empresas de cabotagem (carga e passageiros) e podia-se viajar tanto pelo “Lloyd Brasileiro”, como pela “Costeira”, cujos navios desta segunda empresa tinham seus nomes iniciados com o prefixo Ita, como o Itanajé, por exemplo, navio este no qual viajei e que era um dos maiores da frota. Pelo “Lhoyde”, viajei, entre outros, nos navios D. Pedro I, D. Pedro II e Afonso Pena. Este último foi ao fundo, torpedeado por submarino alemão em nossas águas, na década de 40. Viajei também muito de trem, principalmente entre Rio e São Paulo em viagens noturnas. Hoje já não temos os cassinos, os navios brasileiros de passageiros, nem os trens, lamentavelmente. Regredimos. Existe uma vã esperança de retorno dos Cassinos, porém tanto o trem, e principalmente como os navios, não creio que existam esperanças. Quem não vivenciou a felicidade dessas viagens-passeios, dificilmente as vivenciará.