Brasil terá delegações com ao menos 30% de mulheres nas competições internacionais, define COB
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou nesta sexta-feira mais uma medida importante na busca pela equidade de gênero no esporte olímpico. De acordo com a entidade, a partir de 2025 todas as modalidades serão obrigadas e ter um mínimo de 30% de oficiais mulheres em sua delegação nas competições multiesportivas internacionais.
Algumas competições já estão confirmadas para o calendário de 2025 e a medida estará em vigor em todas elas. São os casos dos Jogos Sul-Americanos da Juventude, na Argentina, e os Jogos Pan-americanos Júnior, no Paraguai.
“O protagonismo feminino nos Jogos de Paris-2024 não foi por acaso. A implementação da área Mulher no Esporte no COB e a criação de uma comissão específica para o tema, em 2021, tiveram justamente o objetivo de elaborar políticas, programas e projetos que gerem mais oportunidades para o aprimoramento das atletas, treinadoras e gestoras no esporte olímpico brasileiro”, disse Paulo Wanderley, presidente do COB.
“Com a ampliação do número de mulheres nas comissões técnicas em nossas missões, tenho certeza de que essa evolução se fará cada vez mais visível e importante para o esporte brasileiro”, seguiu o dirigente, que deixa o cargo ao fim do ano. Marco La Porta venceu a eleição e assume em janeiro.
“O COB segue trabalhando intensamente após os Jogos Olímpicos Paris-2024. Desde agosto, fechamos o maior patrocínio da história da entidade com a Caixa e as Loterias Caixa, recebemos a Certificação Internacional ISO 9001, para o Processo de Gestão de Normativos do COB e organizamos com muito sucesso a COB Expo. Agora, com essa medida, ampliamos o espaço para a mulher nas representações internacionais organizadas pelo COB. O Brasil precisa de mais mulheres exercendo sua capacidade em todos os setores do esporte”, completou Rogério Sampaio, diretor-geral da entidade.
A decisão do COB, que há algum tempo já luta pela equidade de gênero no esporte,
também segue a recomendação de órgão internacionais, como a Agenda 2020+5 do Comitê Olímpico Internacional (COI), que trata do incentivo à igualdade de gênero no esporte e estímulo à participação e envolvimento das mulheres no esporte. A regra de obrigatoriedade de 30% de presença feminina só valerá para as confederações que tiverem pelo menos três credenciais para oficiais em cada competição.