Brasil, terra amada e sofrida

03/10/2017 08:30

Sinto como se o Brasil se ferisse no mesmo lugar em seu corpo coberto de sangue ainda não cicatrizado. As notícias são avassaladoras. Só decepção, desgaste, tristeza e dor. Ainda assim graças a Deus e a Mãe do Belo Amor o solo e o sofrido povo resistem às chagas abertas. Salvo exceções os  que deveriam propugnar pelo bem do País agem da forma a causar perplexidade aos milhões de brasileiros. O povo está indignado e com razão. Isso tudo acaba por gerar desemprego, violência, morte, fome e destruição. Precisamos coragem e atitudes. É nosso dever respondermos a isso com redobrada fidelidade, esforço comum para mudarmos o quadro em que vivemos tendo como fio condutor a paz e a perseverança.

 As Sagradas Escrituras narram os conflitos e embates entre os opressores e os oprimidos, mas, a confiança se manteve presente. Jesus Cristo nos direcione a homens públicos dignos como nos tempos de Moisés, João Batista, Elias, Davi, Pedro, Paulo, Saul, Abraão… A palavra ética foi esquecida. A honra e o nome foram banidos. É preciso que se proteste escolhendo um representante digno ainda que se busque como se fosse a uma agulha no palheiro. 

O rancor, a vingança e o ódio não constroem. A dignidade e a vida são dons de celestiais e devem ser preservados. É tempo de arregaçarmos as mangas. Gosto muito das citações de Santo Agostinho. Uma delas diz que “a esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem de mudá-las”. Claro causa indignação à situação política, a dificuldade que a população enfrenta e em meio a tudo isso o constrangimento. Os estados do Sul que eram considerados modelares têm sido vítimas dos assaltos e óbitos provocados. 

Domingo, Padre Adenílson Silva, pároco da Catedral São Pedro de Alcântara em bela homilia dizia mais uma vez dos exemplos de Maria a Mãe do Onipotente e nossa que teve todos os motivos para desanimar. A falta de lugar na estalagem impediu à Sagrada Família proporcionar ao Messias um nascimento condigno. Restou-lhes um estábulo. Depois, Herodes mandou dizimar milhares de recém-nascidos à procura de Cristo. A fuga para o Egito, o escárnio, as bofetadas, as perseguições, a crucificação de Jesus e Sua morte somaram-se à agonia materna. A coragem e a segurança eram maiores. 

Assim ocorre conosco. Reunamos forças a superarmos as dificuldades. O paralítico confiou no milagre do Mestre e ainda que pelo telhado pode vê-lo e suplicá-lo por misericórdia. Deixemo-nos banhar na piscina de Siloé e não tenhamos vergonha de subir numa árvore como fez Zaqueu. Esperamos voltar a sorrir. 

O grande estadista John Fitzgerald Kennedy disse num de seus pronunciamentos que “o pessimista se senta e lastima enquanto o otimista se levanta e age.” Assim arregacemos as mangas. Ficar a odiar, falar mal, criticar não nos trará benefício algum. Por menor seja o nosso universo façamos a nossa parte.

 Continuemos a orientar a criança e o adulto para o bem, à ética e, ao correto. Somos ínfimos qual uma semente de mostarda, a menor entre todas, mas, ao crescer se torna frondosa capaz de servir de pálio às pessoas. O ano cumprirá seu destino. Em meio à crise que assola o País é tempo de recomeço. Há vida. Seja auspiciosa. Tudo passa. Não podemos perder a fé, por isso, vigiemos e oremos. Tenhamos em mente as palavras do insigne poeta lusitano Fernando Pessoa quando disse que “tudo vale a pena se a alma não é pequena.”

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