Brasileiros lesionados correm contra o tempo para se recuperarem para Olimpíada de Paris-2024

06/jun 15:55
Por Estadão

A 50 dias do início dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, os atletas brasileiros se preparam física e tecnicamente para a maior competição de suas carreiras nos últimos quatro anos. Cada um com sua preocupação, que pode ser por causa de uma lesão, deficiência técnica ou uma preparação psicológica para superar a pressão do grande momento.

A ginasta Rebeca Andrade, uma das maiores promessas de medalha do Brasil, aponta o momento de um ‘ajuste fino’. “Acho que não está faltando nada. Estamos focando no nosso objetivo, que é fazer boas apresentações durante a competição. Estamos treinando bastante para isso. É tentar chegar tranquila, feliz, saudável. As coisas vão acontecer.”

A experiente Jade Barbosa, de 32 anos, concorda com a companheira. “Estamos querendo aproveitar cada dia. É mais sobre isso. Ter paciência com a ansiedade e aproveitar ao máximo todas as coisas. Testar o que ainda tem de testar, aproveitar o treinamento. O atleta nunca sabe quando vai ter a oportunidade de viver isso novamente. Às vezes, a gente tem pressa, quer que o processo acabe logo. Mas precisamos aproveitar.”

A também ginasta Flávia Saraiva também acredita que é tempo de atenção redobrada. “Nesta reta final, é mais sabedoria. Com tudo o que a gente já treinou, as séries não vão mudar muito. A gente já sabe o que tem de fazer na competição. Muito cuidado e sabedoria nos treinos. Prestar muita atenção. Se a gente já prestava atenção antes, precisa prestar em dobro. Porque falta muito pouquinho. Não podemos dar bobeira. E descanso. Descanso mental, descanso para o corpo. Está chegando!.”

A dupla dos saltos ornamentais, Ingrid Oliveira e Isaac Souza, correm contra o tempo na tentativa de recuperação de pequenos problemas físicos. Ingrid tem dores nas costas, enquanto Isaac lida com lesão crônica no cotovelo esquerdo.

“Como eu estou lesionada, fica um pouco mais difícil de treinar. A gente está resolvendo essa questão para eu voltar 100%. Estou com as costas todas lascadas. É muscular, articular. Mas vai dar tempo”, disse a atleta.

Renan Gallina, destaque do atletismo, também quer aproveitar para se recuperar de uma pequena lesão na perna direita. “Para essa reta final, quero aproveitar o momento para tratar uma pequena lesão na perna. Já está em fase final, última semana de recuperação. Quero aproveitar o máximo possível para recuperar ritmo de treino, de tiros, intensidade. Agora, visando mais à prova dos 200m do que a dos 100m. Estamos aí para mais uma temporada.”

Mafe Costa, da natação, por outro lado, está focada em manter o ritmo. “A preparação está muito boa, muito forte. Acho que estamos no caminho certo. Eu tenho feito uma temporada muito boa para chegar em Paris com os melhores resultados possíveis, com boas raias e melhores colocações. Para entrar numa final, para fazer história para o Brasil. Faltando, não está. Eu estou sempre adicionando para estar mais preparada que nunca.”

PSICOLÓGICO

O judoca Rafael Silva, o Baby, dono de duas medalhas de bronze no judô, em Londres 2012 e Rio 2016, ‘luta’ contra a pressão psicológica. “Bate uma ansiedade porque é um evento hiper diferenciado. Todo atleta sonha em participar de uma Olimpíada, é o objetivo da carreira. Esta será minha quarta participação e a experiência acaba ajudando a dar uma certa tranquilidade e focar muito na preparação.”

Daniel do Nascimento, atual recordista sul-americano da maratona (2h04min51) e o atleta não africano mais rápido do mundo nesta prova, também sofre com o mesmo problema. “A ansiedade está muito alta. Tenho treinado muito e focado na alimentação para chegar em Paris na minha melhor forma. Estarão na linha de largada os maiores maratonistas da história e será uma prova extremamente difícil, principalmente por conta da altimetria e das temperaturas elevadas.”

Com Fernando Scheffer, da natação, que levou o bronze nos 200 m livre na Olimpíada de Tóquio-2020, realizada em 2021, não é diferente. “É uma ansiedade diferente do que tive para os Jogos de Tóquio. Agora chego em outra situação, um pouco mais experiente e já sabendo como será o clima de competição que irei encontrar em Paris.”

Atual campeã olímpica dos 10 km de águas abertas, Ana Marcela Cunha tira um pouco do peso psicológico desta reta final. “Estou bem tranquila e deixando o friozinho na barriga para o dia da prova, em 8 de agosto”, assegura a nadadora. Será a quarta participação de Ana Marcela em jogos olímpicos, depois de competir em Pequim-2008, Rio-2016 e Tóquio-2020.

Bruna Takahashi, melhor atleta do Brasil no tênis de mesa feminino, acredita que chegará em Paris pronta para fazer uma campanha inesquecível. “Estou muito animada, porque sei que melhorei o meu nível técnico neste ciclo olímpico”, admite a integrante do Time Ajinomoto, que neste ano vem se mantendo no top-20 do ranking mundial da ITTF (Federação Internacional de Tênis de Mesa).

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