Briga entre moradores de rua assusta
Na última semana, uma briga registrada no terminal rodoviário do Centro, por volta das 21h, trouxe novamente à tona questões relacionadas a pessoas em situação de rua que vivem em Petrópolis. No vídeo, feito por usuários do transporte público, é possível observar dois homens trocando chutes e socos. Ninguém intervém durante boa parte da briga. Testemunhas relatam que ambos aparentavam estar sob o efeito de álcool, não são da cidade e vivem atualmente na rua.
Segundo o fiscal de ônibus Carlos Raimundo, a presença de pessoas em situação de rua e moradores de rua é frequente na rodoviária e tem preocupado comerciantes, funcionários das empresas de ônibus e usuários do transporte público. Isso porque as brigas, o consumo de bebidas alcoólicas e drogas e agressões verbais são cada vez mais comuns no local. Ele afirmou ainda que alguns fazem suas necessidades e até praticam relações sexuais na rua e na frente de quem estiver por perto.
“Estamos sendo constrangidos diariamente! O pior é o risco, pois, apesar de não serem criminosos, quando bebem e usam entorpecentes ficam muito agressivos. Pedem dinheiro todo o tempo e um deles já tentou até assaltar um senhor com um punhal. A sorte é que o idoso foi socorrido a tempo”, relatou. Carlos pede mais fiscalização no terminal rodoviário e em outros pontos da cidade, como a Praça Duque de Caxias, por exemplo, e que o município aborde esses moradores com mais frequência.
Ainda de acordo com o fiscal, as coisas começam a ficar mais complicadas no terminal por volta das 20h. O problema se intensificou nos últimos seis meses e ele teme que algo mais grave possa acontecer. “Eles brigaram feio, sem se importar se machucariam pessoas ao redor. Se estivessem armados com algo, era capaz de terem usado um contra o outro, podendo atingir terceiros”, disse.
A Guarda Civil informou, em nota, que está fazendo rondas periódicas no Terminal do Centro e garantiu que manterá essa rotina. A guarda afirmou ainda que desde o início do ano expandiu a atuação pela cidade. O primeiro passo foi atuar nas praças da cidade, como a Praça Visconde de Mauá (Praça da Águia), com o ônibus de videomonitoramento, e a Praça da Liberdade, com o posto fixo 24 horas da Guarda. O próximo passo será atender as demandas na Praça Duque de Caxias (Praça do Skate).
Já com relação a abordagem aos moradores de rua, a Secretaria de Assistência Social disse que promove a abordagem por meio de assistentes e educadores sociais com acolhimento destes moradores e encaminhamento para o Centro Pop e Núcleo de Integração Social (NIS). No Centro POP eles recebem alimentação (café da manhã, almoço, lanche e jantar), tomam banho e recebem roupas novas. Aqueles que buscam abrigo são encaminhados para o NIS, onde passam por um processo de ressocialização, conseguem retirar documentos de identidade, recebem tratamento médico e psicológico.
O Centro Pop atende em média 150 pessoas e o NIS-Núcleo de Integração Social abriga em média 70 pessoas, sendo 90% homens na faixa etária de 30 a 50 anos.