Brumadinho: bombeiros confirmam nove mortes e falam em 300 desaparecidos

25/01/2019 17:05

Subiu para nove o número de mortos em consequência do rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. O governo de Minas Gerais confirmou o resgate de nove pessoas com vida da lama e de cerca de 100 pessoas que estavam ilhadas. De acordo com informações da Vale, havia 427 funcionários no local e 279 foram resgatados vivos. Os bombeiros falam em 300 pessoas desaparecidas.

No local há aproximadamente 100 bombeiros atendendo a ocorrência. A previsão é de que mais 100 homens cheguem à região. 

Presidente vai sobrevoar o local

O presidente Jair Bolsonaro está a caminho de Brumadinho. Ele partiu da base aérea de Brasília às 8h30 e deve chegar a Belo Horizonte por volta 9h30. No local, ele vai se encontrar com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) para sobrevoar a área onde a barragem se rompeu, no início da tade de sexta-feira (25). 

Além do sobrevôo no local, o presidente fará uma reunião de trabalho em Belo Horizonte com todas as autoridades envolvidas na tragédia. Ele volta ainda no sábado para Brasília.

Vale sita autorização para funcionamento

Em nota, a Vale informou que a barragem tinha autorização para funcionamento e “passou por processos de fiscalização e revisão, considerando, assim que havia segurança no local”.

De acordo com a nota, a barragem possuía Declarações de Condição de Estabilidade emitidas pela empresa TUV SUD do Brasil, empresa internacional especializada em Geotecnia, emitidas em 13/06/18 e 26/09/18, referentes aos processos de Revisão Periódica de Segurança de Barragens e Inspeção Regular de Segurança de Barragens.

De acordo com o documento, a barragem passou por inspeções de campo quinzenais, todas reportadas à ANM (Agência Nacional de Mineração) por meio do SIGBM (Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração). Sendo que a última inspeção cadastrada no sistema da ANM foi executada em 21/12/18.

Inativa

Segundo a Vale, a barragem foi preparada para a disposição de rejeitos provenientes da produção e reiterou que estava inativa e, portanto, não recebia rejeitos. De acordo com o comunicado, no local não havia lago nem outro tipo de atividade operacional em andamento. A barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida pela Vale em 27 de Abril de 2001), pelo método de alteamento a montante.

O texto detalha também a extensão da barragem, que tinha 86 metros, e comprimento da crista de 720 metros. Os rejeitos dispostos ocupavam uma área de 249,5 mil metros quadrados (m²) e o volume disposto era de 11,7 milhões de metros cúbicos (m³). As informações dos instrumentos, segundo a empresa, eram coletadas periodicamente e todos os seus dados analisados pelos geotécnicos responsáveis pela barragem.

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