Câmara de Petrópolis não tem espaço para todos os servidores

12/06/2017 09:15

Os 134 assessores de gabinete dos 15 vereadores, a partir do dia 19 de junho, estão obrigados a marcar o ponto biométrico, como já fazem os 31 servidores efetivos e 41 comissionados do setor administrativo da Câmara Municipal. Ao todo, o Legislativo conta hoje com cerca de 206 funcionários, com uma diferença de 157,5% para 1992, quando havia 80 servidores fazendo todo o trabalho.

O número de funcionários atualmente é ainda maior, porque a Câmara contrata cerca de 60 trabalhadores terceirizados, o que eleva o número total de funcionários no Legislativo para 266 pessoas, que a partir de 19 junho circularão diariamente pelos corredores, pois terão de se apresentar no Palácio Amarelo. De acordo com um ex-funcionário da Câmara, no período de 1977 e 1978, o Legislativo Municipal funcionava apenas com 37 trabalhadores no total. Nessa época, havia 19 vereadores – hoje são 15.

Conforme determinação da Mesa Diretora, cada vereador terá que elaborar o quadro horário de seus assessores e alguns terão que ter muita criatividade, pois na maioria dos gabinetes não há espaço para abrigar os nove assessores trabalhando ao mesmo tempo. Estes servidores comissionados são: coordenador geral de gabinete (1), chefe de gabinete (1), assessor especial (1), assessor parlamentar (1), assistente de apoio às comissões (2), assistente parlamentar (2) e oficial de gabinete (1).

O custo mensal de cada gabinete, conforme quadro de vencimentos (valores brutos) do portal de transparência da Câmara é de R$ 37.196,88, perfazendo um total anual de R$ 446.362,56. Somando este valor ao custo anual de vereadores (R$ 1.878.456,60), a Câmara gasta por ano com os 15 gabinetes cerca de R$ 2.324.819,16, sendo que o repasse mensal da Prefeitura para Câmara, o duodécimo, está em torno de R$ 2.466.040,83. O orçamento total do Legislativo para este ano é de R$ 29.592.490,00.

A instalação do sistema biométrico de ponto para os assessores de gabinete, aliado ao custo, e os problemas que a Câmara vem enfrentando com investigação feita pelo Ministério Público Estadual (MPE), levou alguns vereadores a reclamar e até a manifestar insatisfação, deixando escapar que podem até renunciar ao mandato. “Está ficando inviável trabalhar. Tenho um trabalho grande na comunidade, são muitos os pedidos da população e sendo obrigados a manter os assessores dentro do gabinete, vai ficar difícil. Se eu chegar até o fim deste mandato, acho que não concorro mais”, comentou um vereador. 

Outro vereador também comentou a dificuldade, mas frisou que “hoje temos muita gente na Câmara e só enfrentamos problemas. Houve tempo que a Câmara tinha menos gente e não víamos os vereadores sofrendo esta pressão”.

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