Câmara deixa de votar as contas de prefeitos

Segunda-feira completaram-se 30 dias desde que os vereadores deram um prazo para que a Comissão de Finanças da Câmara colocasse em votação as contas dos últimos prefeitos desde 2016, que repousam nas gavetas do legislativo. Disseram que, depois deste período de advertência, iriam entrar na justiça. Vamos iniciar uma contagem regressiva para que eles cumpram a promessa de ingressar com um mandado de segurança.

Inelegibilidade

Mas, em que a votação de contas influencia? Para quem não sabe, contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado, se também receberem votação negativa dos vereadores, podem deixar prefeitos inelegíveis. Na Câmara, estão para ser votadas: as de Bomtempo de 2016, rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado; as de Bernardo de 2019 e 2020, também com anotações do TCE; as de Hingo Hammes de 2021, aprovadas pelo Tribunal; e as de Bomtempo de 2022, às quais o TCE também foi favorável.

Por que estão represadas?

O que pega para essa fila de contas de avançar são as de 2016, de Bomtempo, que foram rejeitadas. Se os vereadores as aprovarem, contrariando o parecer técnico do TCE e tratando o assunto politicamente, eles assumem esse ônus. E isso, justamente agora, em ano de eleição e tão próximo do pleito. E se não votarem essas contas, também não podem votar as demais. Mas podem deixar de votar? Correm o risco de serem denunciados por crime de prevaricação.

As faixas

Na Câmara, os vereadores notaram que as faixas colocadas para cobrar do governador o pagamento dos recursos atrasados para as UPAs são bem parecidas com aquelas espalhadas pela cidade enaltecendo o prefeito Bomtempo e o ex-presidente da CPTrans, Thiago Damaceno, no caso da Petro Ita e das linhas substituídas. Esse fornecedor deve estar faturando, porque faz faixas para esquerda, direita, norte, sul, leste e oeste.

Contagem

Petrópolis está há 1 ano e 77 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Né?

Simplificando: o Hospital Santa Teresa fez as contas e avalia que só consegue manter, pelo SUS, os atendimentos de alta complexidade, sobretudo em ortopedia, se receber R$ 6 milhões a mais por ano da prefeitura e do Estado, coisa de R$ 500 mil por mês. A gestão Bomtempo afirmou que essa planilha do HST tem contas erradas. Mas, a gente se pergunta: se a prefeitura não consegue nem fazer sua própria Lei de Diretrizes Orçamentárias, com que expertise consegue analisar a planilha dos outros?

Dormindo no ponto

Ser ruim de conta não é uma característica apenas da prefeitura de Petrópolis. O governo do Estado também não sabe fazer contas nem mesmo quando é a seu favor. Anunciaram avanço na segunda etapa do túnel extravasor do Quissamã que está sendo reformado e tascaram que o total de investimento é de R$ 71,7 milhões. É mais do que isso, gente. Foram R$ 68 milhões na primeira fase e agora mais R$ 41 milhões. Faz as contas e vê se não dá R$ 109 milhões. Precisando de uma calculadora, os Partisans têm para emprestar.

Só vamos ajudar dessa vez

Dando mais uma ajudinha: é uma das maiores somas aplicadas pelo Estado na cidade em prevenção às cheias. O túnel, inaugurado em 1971, uma obra federal, nunca tinha recebido uma atenção. É emblemática essa intervenção do Estado, mesmo porque se rompesse o túnel, a destruição se daria do Quissamã ao Itamarati.

Tecnologia

Por último: tomara que essas comportas na entrada do túnel ali na Rua da Feira, que estão sendo colocadas, conforme o Estado frisou, sejam automatizadas. Sim, porque hoje ainda são manuais. Quando precisa abrir, a prefeitura manda um funcionário ir lá acionar…

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