Campos Neto: Pix por aproximação não vai estar funcionando totalmente na semana que vem

30/out 17:40
Por Eduardo Laguna e Francisco Carlos de Assis / Estadão

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 30, que as transações com Pix por aproximação não vão estar totalmente funcionando na semana que vem. O produto, contudo, estará disponível “muito em breve”, conforme o banqueiro central.

“Não é que vai estar tudo funcionando na semana que vem, porque as pessoas precisam entrar, cadastrar… Mas vai estar funcionando muito em breve, ele é implementado meio de forma faseada”, disse Campos Neto, explicando que os usuários terão que colocar o Pix na carteira digital do Google, o Google Wallet, para fazer pagamentos por aproximação.

Um evento do BC com o Google, disse Campos Neto, vai acontecer nesta semana para divulgar a solução, já testada em projeto piloto. Ao participar de encontro da Anfidc, associação que representa participantes em fundos de investimento em direitos creditórios, o presidente do BC pontuou que outras empresas de tecnologia poderão incorporar o Pix em suas carteiras se desejarem. “É aberto para qualquer um.”

Ao mostrar dados como a inclusão de 71,5 milhões de novos usuários na plataforma como um exemplo da democratização do sistema financeiro, Campos Neto frisou que a bancarização aumenta à medida que o Pix cresce.

“A tecnologia é o maior instrumento de democratização que existe no mundo”, declarou Campos Neto, para na sequência pregar que todos os governos tenham um ministério voltado à adoção de tecnologias nos serviços públicos, de modo a melhorar sua qualidade com menor custo.

Durante a apresentação da agenda de inovação do BC, Campos Neto observou que uma “infinidade” de soluções poderá surgir a partir da união da programabilidade com a tokenização, além da abertura de dados do Open Finance. Citou como exemplo a possibilidade de fazer leilão de ativos, com divisibilidade automática e pagamentos programados, em plataforma. Reconheceu, no entanto, que nem tudo poderá ser entregue até o fim de seu mandato, em 31 de dezembro.

“Óbvio que gostaria de sair do Banco Central vendo tudo isso funcionando, mas tivemos algumas dificuldades ao longo do caminho, principalmente uma greve durante seis meses, que foi difícil.”

O presidente do BC destacou, por outro lado, que os projetos estão “se encaixando”, e demonstrou convicção de que a agenda de inovações financeiras vai mudar a realidade do Brasil. “Se a gente conseguir montar isso desse jeito, e acho que está praticamente encaminhado, dá para dizer com alguma folga que o Brasil vai ter o sistema de intermediação financeira mais avançado do mundo”, disse Campos Neto.

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