Câncer de mama: uma luta em que o tempo é primordial

13/10/2020 10:56

O câncer de mama consiste em uma proliferação descontrolada de células que eram consideradas normais e que têm a capacidade de se espalhar para todo o corpo. Eles podem acometer de forma diferente, homens e mulheres, com intensidade e manifestações que podem se apresentar de múltiplas formas. 

É importante salientar, que o autoconhecimento é ferramenta essencial, para a garantia do diagnóstico precoce, o que potencializa as chances de cura. O mastologista Carlos Vinícius Leite, reforça ainda, que manter as consultas médicas de rotina e exames, pelo menos, anualmente, pode também colaborar para a descoberta da doença no início. O especialista, alerta ainda, para sinais que podem estar visíveis aos olhos e dar indícios de que a pessoa tem a doença. 

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“Na fase mais precoce da doença, a mulher pode não apresentar nenhum sinal ou sintoma. Por isso a importância dos exames do exame de rastreio, como mamografia, para o diagnóstico precoce. No início, ela também pode perceber um nódulo. Mas há outros indícios como, por exemplo, a saída de secreção espontânea, transparente ou sanguinolenta, saindo dos mamilos. Temos ainda, as modificações que ocorrem na pele e na mama, como feridas que não cicatrizam, as retrações, coceiras que não melhoram e pra isso, a mulher precisa ter o hábito do autoconhecimento”, diz o especialista, que atua ainda como professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis. 

 

Os tratamentos usados na luta contra o câncer de mama são variados e podem exigir quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, dentre outros. Em muitos casos, é necessária a mastectomia, que é a retirada completa da mama. “Cada caso tem uma opção de tratamento, que vai variar de acordo com aquele paciente. Temos que avaliar. Existem os tumores luminais, o R2 positivo e os triplo negativo. Em cada um deles, se inicia o tratamento de uma forma. Nos luminais, por exemplo, o primeiro passo é a retirada do tumor, no triplo negativo e HER2, geralmente a gente prefere fazer uma abordagem sistêmica, iniciando com a quimioterapia ou terapia alva”, explica o médico. 

O Instituto Nacional do Câncer projetou que entre 2020 e 2022, surjam 66 mil novos casos da doença por ano. Os números vêm aumentando com o passar dos tempos e os especialistas, indicam que alguns hábitos podem contribuir para a prevenção. “Quando a gente observa a mortalidade do câncer de mama com o passar dos anos, isso vem cada vez mais aumentando. Com os tratamentos disponíveis, essa mortalidade era pra estar menor. Mas detectamos muitos tumores em fases avançadas, o que aumenta esse índice. Temos que cumprir nosso dever de casa com mudança de hábitos, alimentação balanceada, evitar álcool, industrializados e processados, além da prática de  atividade física”, contou. 

 

Exemplo que inspira: vitoriosas e pacientes em tratamento

E nem mesmo uma doença tão agressiva como essa, tira do rosto, o sorriso de Clarice Souza, paciente em tratamento contra o câncer de mama. A auxiliar de almoxarifado, descobriu pelo autoexame, em março, que existia algo de errado. E mesmo numa luta dura como esta, ela segue dando o exemplo para tantas outras mulheres. 

“Não dá pra desanimar e se isolar. É um processo longo, necessário, mas a esperança da cura existe. Não é pra ter desespero, dá pra resolver. Importante é não deixar pra depois e se conhecer. Descobri no comecinho, estou tratando e creio que breve estarei curada, pois os problemas vêm pra gente vencer”, conta. 

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A cabeleireira Elizabeth Duarte Al Cataldo, já concluiu o tratamento e está na fase de recuperação. Ela diz que ao longo desse período, o exemplo de pessoas que já venceram, a ajudou a seguir. Hoje, ela serve como inspiração para tantas outras mulheres, que assim como ela, sofreram com o medo.  

“Quando fui pegar o resultado, estava com muito medo. Tive muita ajuda da psicóloga, que me ajudou neste período e o contato com os pacientes que também enfrentavam essa luta, a esperança que eles tinham, isso me fortaleceu. Ver pessoas que venceram, que vinham as consultas só pra acompanhamento, mas já estavam bem. Isso tudo, ajudou demais. Quando você descobre perde o chão e acha que não vai ter jeito, mas tem sim. A ajuda da família nesse período também foi muito importante”, diz

 

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