Candidatos à reeleição, governadores evitam nacionalizar a campanha na TV

29/08/2022 11:00
Por Regina Bochicchio, Carlos Eduardo Cherem, Rayanderson Guerra e Ederson Hising / Estadão

O horário eleitoral no rádio e na TV mostrou que a nacionalização das campanhas deverá ser tática adotada por candidatos de oposição nos Estados, enquanto os governadores e candidatos à reeleição indicam que preferem, neste momento, distância da polarização nacional.

Em São Paulo, Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) investiram na associação aos respectivos padrinhos políticos: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Já o governador Rodrigo Garcia (PSDB) deu ênfase à antipolarização, tentando se apresentar como uma terceira via regional. “Não entrei na política para acabar com a ideologia de ninguém”, disse.

No programa de Haddad, Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente, e Lula apareceram citando realizações do ex-prefeito quando ele governou a cidade de São Paulo. Bolsonaro participou do programa de Tarcísio. “Meus amigos paulistas, podem confiar”, diz o presidente sobre o apadrinhado no programa.

No segundo maior colégio eleitoral do País, a estratégia das campanhas seguiu lógica parecida. Candidato à reeleição, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), ignorou a disputa nacional, optando por destacar sua gestão à frente do Palácio Tiradentes.

O seu principal adversário, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), por sua vez, ressaltou o apoio de Lula. O ex-presidente pediu votos para Kalil: “(Kalil) está do lado do povo mais pobre. O povo que mais precisa”.

Zema reforçou a necessidade de outro mandato para conseguir cumprir propostas. “Ainda há muito o que ser feito. Não é em quatro anos que se coloca tudo em ordem.”

Semelhanças

O palanque eletrônico no Paraná mostrou cenário semelhante. Governador e candidato à reeleição, Ratinho Junior (PSD) evitou associar seu nome ao de Bolsonaro, de quem é aliado. Atual líder nas pesquisas de intenção de voto, ele discursou contra o “ódio” e as “mentiras”, convidando os adversários para uma eleição “limpa”.

Apenas o PT fez associação à disputa presidencial. O ex-governador e ex-senador Roberto Requião (PT), que aparece em segundo nas pesquisas, foi o único a fazer menção clara a um presidenciável. “Quem é Requião é Lula, quem é Lula é Requião”, disse.

A estreia da propaganda eleitoral de rádio e TV dos candidatos ao governo da Bahia, o quarto maior colégio eleitoral do País, foi marcada pela evocação de presidenciáveis e ex-presidentes. Jerônimo Rodrigues (PT) e João Roma (PL) trataram Lula e Bolsonaro como seus principais trunfos.

Já a propaganda de ACM Neto citou Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Bolsonaro, que estavam no Planalto quando ele foi considerado o melhor gestor municipal do Brasil. “Ainda não dá para saber quem será o presidente. Mas ACM Neto será o melhor governador”, diz um narrador.

No Rio, os candidatos mais bem colocados evitaram se associar aos presidenciáveis no primeiro programa eleitoral exibido na TV. O governador Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB) e Rodrigo Neves (PDT) – que aparecem à frente nas pesquisas – nem sequer citaram os nomes de Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT), postulantes ao Palácio do Planalto apoiados por seus partidos.

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