Carcaças largadas, estacionamento irregular e entulho: caos é a alternativa às obras da União e Indústria

É carcaça de veículo, estacionamento irregular e até entulho. Todos os fatores que poderiam prejudicar a vida dos motoristas que querem chegar em Itaipava se reuniram em um mesmo lugar. Nesta semana, a tentativa de se criar uma alternativa para o trânsito na Estrada União e Indústria no trecho em Bonsucesso, onde estão sendo realizadas as obras de recapeamento por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), se tornou um pesadelo para moradores.

A orientação dada pelos agentes da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) era de que carros de pequeno porte entrassem em Nogueira e utilizassem a Vila Epitácio como alternativa para chegar a Itaipava, em mão única. Mas do outro lado, por muitas vezes não houve bloqueio e os veículos entravam na Vila Epitácio na mão oposta. E para piorar, não há passagem. Por toda a extensão da Vila Epitácio há carcaças, veículos abandonados e estacionamento irregular.

O morador Djalma Costa da Silva Filho relatou que na última sexta-feira, o trânsito em Nogueira deu um nó. Entre Nogueira e Itaipava, os motoristas levavam quase uma hora. “Na Vila Epitácio essas carcaças estão há anos, e de Nogueira a Corrêas pelos Frias tem mais, esse reboque não apareceu por aqui”, relatou o morador.

Os motoristas ficaram sem alternativa: a Rua Desembargador Luiz Antônio Severo, que passa atrás do Parque de Exposições, está interditada desde janeiro do ano passado. “Não sou contra as obras, mas deve ter o mínimo de organização. A rua atrás do Parque de Exposição está interditada há mais de ano, poderia ser usada, mas tem um barranco caído e um grande buraco”, disse o morador.

Na última segunda-feira (14), a Tribuna relatou a reclamação de motoristas e passageiros de coletivos que estão enfrentando um verdadeiro calvário para atravessar o trecho entre Corrêas e Itaipava, por causa das obras. Na ocasião, a CPTrans informou que seis agentes atuaram na organização do trânsito no trecho, em três frentes de obras viárias. E que esperava que a situação fosse normalizada até ontem, quarta-feira.

Expectativa X Realidade

Com a contratação de um pátio para o depósito de veículos no município, no Morin, a expectativa era de que o caos nos bairros chegasse ao fim. Mas na realidade a oferta do serviço se tornou uma grande confusão. O presidente da CPTrans, Luciano Moreira, chegou a gravar um vídeo na tentativa de esclarecer a confusão em relação à fiscalização. Na gravação ele mostra o pátio vazio, e esclarece que o foco do serviço de reboque é remover veículos abandonados e que estejam obstruindo as vias. Mas na prática, os poucos veículos removidos estavam com irregularidades na documentação.

No vídeo, Luciano diz que o foco das operações é remover os veículos que prejudiquem a mobilidade urbana, como estacionamento irregular e veículos abandonados, e afirma que o pátio está vazio porque de fato não há a tantas fiscalizações.

“E esse é o nosso foco, dar mais segurança para as pessoas. Garantir que a gente tenha mais ordenamento na cidade, algo que cada vez mais a gente precisa melhorar. E para melhorar, é importante ter a ferramenta de reboque para impedir que aquele veículo atrapalhe o caminhão de lixo, atrapalhe o ônibus dentro do seu bairro, que a gente tenha o que fazer quando alguém para na porta da sua garagem. A gente precisa dessa ferramenta e esse é o nosso foco. Então como vocês podem ver a prova viva disso ai é que se tivesse de fato a quantidade de fiscalização que a gente vê as pessoas achando que tem o pátio não estava vazio”, disse Luciano Moreira em um trecho do vídeo.

Nas redes sociais, o vídeo se tornou combustível para a indignação dos petropolitanos. Independência, Itaipava, Nogueira, Quitandinha, Mosela, Manoel Torres e Estrada da Saudade são alguns dos exemplos relatados nos comentários nas redes sóciaiss, da Tribuna de Petrópolis e da própria Prefeitura.

Nesta quarta-feira a Tribuna questionou a CPTrans sobre as operações relatadas no vídeo, mas não obteve resposta.