Carrapatos se adaptam à área urbana e apresentam risco para cães e gatos
Quem pensa que os animais só podem pegar carrapatos no meio do mato, se engana, nos centros urbanos também existem carrapatos, e tanto os bichinhos, quanto as pessoas estão sujeitas ao contato com o parasita. Os carrapatos transmitem doenças, e podem se transformar em um perigo para a saúde de cães e gatos. Tomar alguns cuidados preventivos podem minimizar a chance de levar um carrapatinho para casa após um passeio de rotina.
Antigamente era comum que os animais pegassem carrapatos somente quando iam para lugares como pastos, gramados e zonas rurais. Mas com o passar dos anos, e o crescimento dos centros urbanos, os carrapatos também estão se adaptando as cidades. Num passeio no canteiro do prédio, por exemplo, é possível encontrar os parasitas.
Existem várias espécies de carrapatos, na nossa região, os mais comuns são Amplyoma sp e o Riphycefalus sanguineos. De fácil reprodução, eles se escondem em buracos dos muros, cercas de madeira, e sobem até nos telhados, onde fazem “ninhos” e podem contaminar animais e pessoas. Uma única fêmea, após se alimentar do sangue do animal, pode colocar até 3 mil ovos.
Apesar de pequenos, esses parasitas podem transmitir diversas doenças
Os carrapatos são transmissores de várias doenças infectocontagiosas, que podem contaminar animais e humanos. Dentre elas a Erlichiose, Babesiose, que são transmitidas pelo carrapato marrom (Riphicefalus sanguineos), e que são mais frequentes em cães. Essas duas doenças formam um complexo chamado Doença do Carrapato.
A médica veterinária Rosana Portugal explica alguns sintomas e agravamentos que estas doenças podem causar nos cães. “Os sintomas mais comuns destas doenças começam com uma tristeza. O animal fica amuado e para de se alimentar. Essa doença pode ser concomitante com outra doença qualquer, como uma gripe, e facilmente o seu quadro pode evoluir para uma pneumonia. Que também pode se instalar nos glóbulos vermelhos, levando o animal a uma anemia gradativa. Interfere na coagulação sanguínea ocasionando um sangramento nasal intermitente nos caninos, até que seja aplicada a medicação adequada”.
Nos felinos, pode causar a transmissão da mycobactéria Haemobartonella, que também tem como sintoma a depressão imunológica, que pode levar o animal a morte. Nos humanos, o carrapato pode transmitir um tipo de Ricketsia, que é causadora da Febre maculosa.
Como se prevenir dos carrapatos
Medidas simples podem proteger seu bichinho dos carrapatos. Usar nos animais produtos anticarrapaticidas, pode reduzir bastante o risco de contaminação. Lembrando que estes medicamentos têm prazo de validade, e precisam ser reaplicados periodicamente. As doenças transmitidas pelo carrapato ainda não tem vacina, somente medicamentos preventivos. E o tratamento após a contaminação, inclusive a remoção dos carrapatos.
“Para remover os carrapatos devem ser usados produtos carrapaticidas adequados, indicados pelo veterinário. No meio urbano, os animais são os principais contaminantes. Por isso, é importante a responsabilidade do dono do animal, sem os cuidados o animal pode ser acometido por alguma doença. E os donos também podem ser contaminados, não é comum, mas é possível”, explicou, a médica veterinária.
Vale lembrar que os donos dos animais não devem medicá-los por conta própria. Existem vários produtos no mercado, e sempre devem ser obedecidas as recomendações do médico veterinário para que seu bichinho receba os cuidados adequados.