Cartel de energia também em Petrópolis

06/06/2018 12:35

Quando o ex-governador Anthony Garotinho trouxe para Petrópolis o gás natural da Bacia de Campos canalizado, o GNV, mudou-se a matriz energética da cidade. Hoje, com exceção da cpital, Niterói e São Gonçalo, Petrópolis é a cidade fluminense que detém a maior rede de abastecimento, considerando apopulação.

Pela sua topografia acidentada, nosso município ainda não pode receber na sua totalidade a rede do GNV. Sabemos que seria inimaginável levar a rede para nossas comunidades mais pobres, todas com relevo acidentado. Infelizmente, os mais pobres, aliás como por todo o nosso Brasil, sempre pagam a conta para os mais ricos.

Nenhum prefeito até hoje teve coragem para peitar o cartel de distribuidores de botijões de gás de 13 kg, consumido por quase 80% do consumo de nossa gente.

Quem desce a Serra Velha, dista a apenas 30 minutos do Centro de Petrópolis, não entende como o preço do botijão de 13 kg possa custar de R$ 58,00 a R$ 60,00, enquanto aqui em Petrópolis, nunca custa menos de R$ 80,00, tudo isso entregue nas residências, tudo isso claro, antes da greve dos caminhoneiros, pois hoje, enquanto não acontecer a normalidade, salve-se quem puder.

Ninguém deseja que Prefeitura venda botijão de gás, Deus me livre tal sugestão, mas as prefeituras têm instrumentos constitucionais que podem utilizar, para reprimir esse roubo às famílias mais pobres, mas repito, tem que ter coragem.

Outros exemplos claros de que há cartelização de preços são a gasolina e o etanol. É um cartel antigo que ninguém teve coragem de desmontar, tantos são os compromissos de campanha e, depois, ninguém tem coragem para discutir a questão.

Até hoje, dizia-se que era por causa do ICMS, 16% no Estado do Rio, e 12%, em Minas. Sob pressão, o governador Luiz Fernando Pezão diz que vai reduzir a alíquota para os mesmos 12% de Minas, que é, de certa forma, a média nacional. 

Como explicar ao petropolitano, que Petrópolis fica a menos de 40 quilômetros da Refinaria Duque de Caxias, às margens da BR-040, e que nós pagamos mais pela gasolina e pelo etanol, do que os consumidores de Juiz de Fora, que fica a 170 quilômetros da Reduc, a 280 quilômetros de Belo Horizonte e a mais de 300 quilômetros de São Paulo, de onde vem o combustível.

Para dar exemplo, por que a Prefeitura num prazo de até seis meses, não compra e vende gasolina, etanol e botijão de gás, como todos eles fazem, e mostra que, com toda planilha de custos, a energia pode ser vendida com lucro normal para os proprietários, e não como hoje, onde o salário do povo pobre, não acompanha a gula dos senhores “empresários” na ponta do varejo, que cada vez ficam mais ricos (e não estou falando em alguns que batizam o produto) e quem deveria regulamentar e fiscalizar de verdade, nunca o fez.

Por que não aproveitar os efeitos da paralisação dos transportadores, e mostrar aos petropolitanos, que podemos derrubar os maus exemplos?

    

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