Caso dos dois ônibus arrastados pela enxurrada será investigado pelo MPRJ

04/03/2022 05:00
Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) se reuniu nesta quinta-feira (3) com passageiros e familiares de vítimas que estavam nos dois ônibus da Petro Ita que caíram no Rio Quitandinha, durante a enxurrada do dia 15 de fevereiro. Após ouvir as vítimas, o MPRJ informou que instaurou um inquérito civil para apurar as responsabilidades sobre o incidente, o objetivo é coletar informações, depoimentos, documentos e realização de outras diligências para subsidiar eventual ajuizamento de ação civil pública.

Já nas primeiras medidas, a promotoria requisitou que a Secretaria de Defesa Civil do município informe se havia agentes do referido órgão próximos ao local do incidente, controlando o acesso de veículos à Rua Washington Luíz. Em relação à Viação Petro Ita, solicitou os protocolos da empresa no que se refere a situações de pânico e incêndio, além da indicação de quem eram os motoristas e cobradores dos referidos ônibus.

Durante o encontro, os membros do MPRJ ouviram os relatos das vítimas, suas demandas e encaminhamentos diversos. “Ouvimos tudo o que eles tinham a dizer e explicamos tudo o que o MP vem fazendo, desde o dia 15, quanto ao desastre. Sempre digo que é importante dar voz para as vítimas e estabelecer um canal de comunicação. E deixamos claro que o Ministério Público vai adotar todas as providências cabíveis e apurar as eventuais responsabilidades relacionadas a este incidente”, disse a promotora de Justiça Vanessa Katz, da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis.

Os familiares foram acompanhados pelo advogado Rogério Lima Barros, que comentou a reunião. “Apresentamos uma notícia de fato com pedidos de providência. Fizemos quatro pedidos, sendo que um deles, tratado aqui mais exaustivamente, foi sobre o auxílio que a empresa de ônibus precisa dar para as famílias, tanto nas buscas quanto fornecendo informações que vão subsidiar a polícia e os bombeiros para localizar essas pessoas desaparecidas”, disse Rogério Barros, que concluiu: “Saímos daqui muito satisfeitos com a notícia de que o MPRJ vai abrir um inquérito civil para investigar todos esses fatos e dar uma resposta completa. Fomos muito bem recebidos, as famílias foram tratadas com muita humanidade, carinho e atenção”, disse o advogado ao MPRJ.

Pelo Ministério Público também participaram da reunião a coordenadora-geral de Promoção da Dignidade Humana, Patrícia Carvão; a coordenadora Direitos Humanos e Minorias, Eliane de Lima Pereira; a coordenadora de Promoção dos Direitos das Vítimas, Valeria Linck; a promotora de Justiça Zilda Januzzi, da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis; a promotora de Justiça Flávia Meschick, da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Petrópolis e o promotor de Justiça Vicente de Paula Mauro Junior, da 1ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude de Petrópolis.

O que diz a empresa Petro Ita:

“A Petro Ita vem a público esclarecer que, mesmo após inúmeros esforços, não foi possível recuperar as imagens das câmeras de monitoramento dos ônibus, que foram completamente destruídos. A empresa, assim como seus colaboradores, passageiros e toda a população petropolitana, foram vítimas de uma catástrofe natural imprevisível, jamais vista nesta proporção no município, com perdas trágicas e prejuízos incalculáveis.

Quando a Petro Ita conseguiu acesso ao local em que os ônibus foram arrastados, no início da madrugada, não havia nenhuma pessoa nos coletivos, não sendo possível identificar, de fato, quem eram todos os passageiros. O Setranspetro e as empresas de ônibus de Petrópolis lamentam e se solidarizam com todas as vítimas das chuvas que atingiram o município.

Por fim, a Petro Ita reforça que os procedimentos de emergência foram adotados, com a utilização das janelas de emergência e abertura das portas, essenciais para que muitos passageiros fossem salvos. Inclusive, o empenho dos profissionais da empresa no resgate aos passageiros pode ser comprovado através do depoimento dos sobreviventes que estavam nos ônibus”.

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