Caso Heloísa: julgamento de policiais rodoviários federais acontece em setembro
Eles respondem por homicídio consumado e quatro tentativas de homicídio, além de fraude processual
O julgamento dos três policiais rodoviários federais acusados de matar a menina Heloísa, de 3 anos, na Baixada Fluminense, já tem data marcada. Wesley Santos da Silva, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Fabiano Menacho Ferreira respondem por homicídio consumado e quatro tentativas de homicídio, além de fraude processual. A audiência de instrução e as oitivas ocorrerão nos dias 10, 11 e 13 de setembro.
Os policiais são acusados de atirar contra o carro da família de Heloísa enquanto retornavam de um passeio. A investigação revelou que os agentes usaram fuzis de grosso calibre a uma curta distância do veículo, sem qualquer tentativa de abordagem prévia ou de comunicação com os ocupantes. O Ministério Público Federal (MPF) destacou que não havia restrição no veículo, contradizendo a alegação de que a perseguição teria sido motivada por suspeita de roubo.
A denúncia enfatiza que os três agentes agiram em conjunto, sem discordância quanto à decisão de atirar. Para o MPF, o uso de armamento militar de alto poder letal, em vez de pistolas, e a ausência de disparos para deter o veículo indicam que os policiais assumiram o risco ou mesmo desejaram a morte dos ocupantes.
O procurador da República Eduardo Benones ressaltou a importância do julgamento para garantir a justiça e a credibilidade do sistema judicial. Ele afirmou que o processo será conduzido com estrita observância dos princípios do processo penal democrático, visando uma decisão justa no Júri Popular. Atualmente, os réus estão sob medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleiras eletrônicas e proibição de se aproximarem das vítimas.
Heloísa ficou internada por nove dias após ser atingida na nuca, mas não resistiu aos ferimentos. O caso gerou grande comoção e reforça o debate sobre a conduta de agentes públicos em operações de segurança.