Número de pessoas desaparecidas aumenta 113% neste ano em Petrópolis

20/08/2022 08:30
Por Helen Salgado

A frequente divulgação de casos de desaparecimento de pessoas em Petrópolis intrigou a população e com razão, já que entre os seis primeiros meses de 2021 deste ano, Petrópolis registrou um aumento  de 113,33% no número de desaparecidos. Dados atualizados da Superintendência de Pessoas Desaparecidas do Rio de Janeiro mostram que até junho foram registrados 32 desaparecimentos. Já de janeiro a junho do ano passado, foram apenas 15 registros.

Até junho, a cidade contou com 222 registros, sendo que, desse total, 193 foram devido às chuvas de fevereiro e março. No mês da segunda tragédia, em março, foram constatados três registros não localizados e identificados para sepultamento. Em 2021, a maior parte dos desaparecidos foram mulheres, somando 53,3%. Os homens totalizam 46,7% dos desaparecidos. Na cidade, a maior parte são adultos entre 18 e 35 anos. No Estado do Rio de Janeiro, de janeiro a junho a Superintendência registrou 2.595 desaparecidos.

Nos últimos dias, outras três pessoas desapareceram na cidade. Entre elas: Leonis Torres Reis, de 18 anos, que foi visto pela última vez no dia 5 de agosto, no Alto da Serra; Fernanda Moreira de Oliveira Duarte, de 40 anos, do Castrioto; e Laura Bernardo da Silva, de 14 anos, moradora do Morin. Essas duas últimas foram encontradas e passam bem. No entanto, a Polícia Civil segue em busca do Leonis que até o momento não foi encontrado.

O caso da Bianca Rodrigues, de Paraíba do Sul, chamou a atenção. A menina estava desaparecida e, dias depois do sumiço, foi encontrada morta em uma propriedade rural às margens da Estrada dos Macacos, em Paraíba do Sul.

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Núcleo de Atendimento aos Familiares de Desaparecidos e Documentação

Desde dezembro do ano passado, Petrópolis conta com o NAFADD (Núcleo de Atendimento aos Familiares de Desaparecidos e Documentação). É oferecido atendimento aos familiares e, primeiramente, orientação sobre o que fazer nos casos de desaparecimento, sendo o primeiro passo o registro em delegacia de Polícia. 

A partir deste registro, o núcleo encaminha para o Disque-Denúncia para fazer o cartaz de busca, e é feito o cadastro com os dados no SINALID (Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecido) que facilita a busca, por exemplo, em hospitais, abrigos, IML. A partir daí, é oferecido todo suporte psicossocial aos familiares e aos desaparecidos. 

Quando localizados, o Núcleo encaminha para o atendimento psicológico ou orientação jurídica e assistencial. Além da questão dos desaparecimentos, o Núcleo também oferece suporte de toda questão de documentação básica para diminuir o sub-registro civil nos municípios. 

O endereço do núcleo é Avenida Dom Pedro I nº 340. Os atendimentos acontecem de segunda a sexta-feira das 9h às 17h. O contato pode ser feito através do telefone do Disque-Cidadania e Direitos Humanos 0800 0234567. Esse funciona todos os dias por 24 horas e atende não só os casos de desaparecimento, mas também todas as demais vulnerabilidades.

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