Casos de estupro em Petrópolis aumentam 22% em dois anos

08/08/2017 14:30

Os casos de estupro na cidade cresceram 22% em dois anos. Os dados fazem parte de mais uma edição do Dossiê Mulher e foram divulgados ontem (7), dia em que a Lei Maria da Penha completa 11 anos de criação, pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP). No levantamento foram analisados os principais delitos sofridos pelas mulheres como homicídio, lesão corporal, tentativa de homicídio, estupro, ameaça, assédio sexual, calúnia, entre outros. 

O estupro foi o crime que mais cresceu nos últimos anos. Em 2016, as duas delegacias – 105ª (Retiro) e 106ª (Itaipava) – registraram 73 casos. Em 2014, foram 60 notificações no município. E em todo o ano passado, também foram registrados 14 casos de tentativa de estupro e de importunação ofensiva ao pudor (quando a mulher é importunada, em lugar público ou acessível ao público, de  modo ofensivo).

Os casos de lesão corporal dolosa e ameaça representam a maioria dos registros policiais em 2016. Foram 1651 notificações nas duas delegacias. Também foram registrados oito casos de tentativa de homicídio no ano passado. Em 2015, foram 1594 crimes de lesão corporal e ameaça, além de sete tentativas de homicídio.

Outro crime que vem crescendo ao longo dos anos é de violência doméstica e que está diretamente ligado a criação da Lei Maria da Penha. De acordo com os dados do Dossiê Mulher houve um aumento de 11% desses casos em dois anos. Em 2016, foram 31 registros nas delegacias, contra 22 em 2015 e 28 casos no ano de 2014. Ainda de acordo com o levantamento, 52% dos crimes registrados nas delegacias em relação a violência contra a mulher a lei aplicada foi a Maria da Penha.

Para a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Luciana Périco, o aumento das denúncias faz parte do trabalho de sensibilização que vem sendo realizado no município. "Creio que o aumento de denúncias, seja parte do trabalho que realizamos, sempre incentivando as mulheres a denunciarem os seus agressores. O Comdim continuará na luta. Enquanto aconteceram casos de violência o trabalho não pode parar, pois juntas temos que combater e ajudar essas mulheres a se libertarem. A violência contra a mulher não tem desculpa, tem lei", ressaltou.

O estudo do ISP também faz um diagnóstico dos crimes de violência contra a mulher. De acordo com os dados,  52% das vítimas tem idade entre 30 e 59 anos e com ensino fundamental incompleto. Mais da metade das agressões acontecem nas casas e 39,7% são cometidas pelos ex ou companheiros. Ainda de acordo com o Dossiê Mulher mais de 30% dos crimes acontecem nos fins de semana e 35% deles entre meio dia e 18h.


2016

37,9% dos crimes foram relacionados a violência física

19%    dos crimes foram relacionados a violência moral

36.2% dos crimes foram relacionados a violência psicológica

3,9% dos crimes foram relacionados a violência sexual


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