Cassação de mandato de Dallagnol foi a pedido de coligação de Lula e do PMN
A perda do mandato de deputado federal de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), deliberada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite desta terça, 16, atendeu a pedidos feitos pela federação Brasil da Esperança, que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN).
A federação, presidida por Gleisi Hoffmann (PT-SP), é formada por três siglas: Partido dos Trabalhadores, Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV). Com validade de no mínimo quatro anos, a federação continua representando os partidos na Justiça Eleitoral.
Na noite desta terça, a sessão do TSE apreciou conjuntamente os pedidos do PMN e da federação Brasil da Esperança, pois havia conexão – ou seja, identidade de pedidos e de partes – entre as duas ações.
A votação da Corte eleitoral foi interpretada por Dallagnol e por parlamentares de oposição ao governo como uma “vingança” pela prisão e condenação de Lula no âmbito da Operação Lava Jato, na qual o ex-procurador da República atuou e ganhou notoriedade. “Uma única canetada, ao arrepio da lei e da Justiça. Meu sentimento é de indignação com a vingança sem precedentes”, escreveu Dallagnol, em uma rede social.
O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz federal que atuou lado a lado com Dallagnol na Lava Jato, se disse “estarrecido” com a decisão. Nikolas Ferreira (PL-MG) também foi a público se solidarizar com o deputado cassado. “É só cassar todo mundo que não tem oposição… Bem democrático!”, disse o parlamentar, no Twitter.
Ainda há possibilidade de recursos, no próprio TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF). O Podemos, sigla à qual Dallagnol é filiado, assumiu publicamente o compromisso de recorrer da decisão desta terça.
Aliados de Lula, que foi preso no âmbito da Lava Jato, comemoraram a decisão, em mensagens marcadas por ironias. “Agora Deltan Dallagnol tem um PowerPoint para chamar de seu! Cassado!”, escreveu Gleisi, no Twitter.