Catecismo maior de Lutero – 3ª parte

04/08/2017 12:00

As autoridades, pai e mãe, inclusive irmão, irmã e bons amigos em geral têm o dever recíproco de repreender o mal, quando necessário.

O modo correto seria seguir a ordem dada no Evangelho, em Mateus 18.5, onde Cristo diz: “Se o teu irmão pecar contra ti, vai lá e repreende-o em privado!”

Adote essa orientação para não expor o próximo em outra parte, fazendo fofoca, mas fale com ele em segredo, para que ele se corrija. Da mesma forma, quando outra pessoa vier contar algo para você que fulano ou beltrano cometeu, ensine-o também a tomar a iniciativa de ele próprio repreender, se é que ele viu, caso contrário, que cale a boca.

O procedimento fraterno é abordar o malfeito diretamente, de modo que se mantenha a reputação do seu próximo. 

Além disso, Cristo ensina: “Se ele não quiser te dar ouvidos, leva mais um ou dois contigo, para que tudo fique baseado no depoimento de duas ou três testemunhas” (Mateus 18.6), sempre tratando diretamente com a pessoa em questão, e não fazendo fofoca por trás. Se isso não adiantar, leve para a esfera pública, comunitária, perante juízo civil ou religioso. Então você não estará sozinho, mas terá aquelas testemunhas com você, com as quais você poderá provar a culpa da pessoa, na qual o juiz fundamentará a sentença e a punição.

Se a gente ficar falando sobre a outra pessoa por todos os cantos, remexendo na lama, ninguém se corrige e, depois, quando se deve responder como testemunha, a gente prefere negar tudo. Por isso seria bem-feito que se penalizasse a coceira desses fofoqueiros, servindo de lição para os outros. 

Tudo isso se refere a pecados encobertos. 

Mas quando o pecado é público e notório, sendo que o juiz e todo mundo já estão sabendo, você pode, sem qualquer pecado, evitar a pessoa e deixá-la entregue à própria sorte como alguém que a si mesmo se lançou na desgraça. Você também poderá falar publicamente a seu respeito. Onde o pecado é público e notório, também cabe a crítica pública, para que cada um saiba precaver-se contra ele.

Este é, portanto, o sentido geral e completo deste mandamento: ninguém deve prejudicar seu próximo com a língua, seja amigo, seja inimigo, nem ficar falando mal dele, não vindo ao caso se é verdade ou mentira, a não ser que seja por ordem superior ou visando à melhoria.

A língua deve ser utilizada e servir para falar o melhor possível de todos, encobrir seu pecado e seus pontos fracos, desculpando-os, disfarçando-os e promovendo sua reputação. A motivação para tanto seja principalmente a seguinte, mencionada por Cristo no Evangelho e com a qual Ele procura resumir todos os mandamentos em relação ao próximo: “Tudo que vocês quiserem que as pessoas lhes façam, façam também a elas!” (Lucas 6.31; Mateus 7.12).

Na pessoa humana inteira não existe nada que consiga produzir mais benefício e maior dano, no aspecto espiritual e no profano, que a língua, mesmo que seja uma parte minúscula e fragílima do corpo (Tiago 3.5).

(Fonte: Catecismo Maior, p. 64-70)

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Avenida Ipiranga, 346.

Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703

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