Catedral passará pela primeira grande reforma desde sua inauguração, em 1925
A Catedral São Pedro de Alcântara vai passar pela primeira grande reforma desde que foi inaugurada, em 1925. O projeto será realizado em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que disponibilizou R$ 13 milhões para a restauração. Toda a fachada do prédio vai passar por reforma e haverá também reforço estrutural da igreja. A novidade é que o espaço vai ganhar uma galeria expositiva.
Os trabalhos ainda não têm data para começar, mas, segundo informações da Mitra Diocesana, a obra deve durar um ano. Por determinação do bispo diocesano Dom Gregório Paixão, serão contratadas empresas e trabalhadores da cidade para executar a reforma. O objetivo é gerar emprego e renda dentro do município, segundo informou a assessoria de imprensa da Mitra.
Para o bispo, a aprovação do projeto é um grande ganho para cidade, não apenas do ponto de vista da restauração de um templo religioso, “mas por sua ligação com a história local e também do Brasil, por ter sido pensada e desejada pelo Imperador Dom Pedro II e por sua filha, a Princesa Isabel”. Ele lembrou que a pedra fundamental da igreja foi depositada pelo Imperador. A Catedral de Petrópolis é um dos pontos turísticos religiosos mais visitados da cidade, tanto por sua beleza arquitetônica quanto por ali abrigar o Mausoléu da Família Imperial. Recebe mais de 300 mil pessoas por ano.
O projeto nasceu da experiência de Dom Gregório Paixão com a restauração de Igrejas em Salvador (Bahia) e principalmente do Mosteiro de São Bento. Inicialmente, a partir das pesquisas realizadas, nasceu o livro “A Catedral de Petrópolis: Santuário da Memória da Cidade Imperial”, publicado em 2016. Para dar inicio ao projeto, o bispo convidou a gerente de projetos, Katia Duque Rossi e a técnica de projetos culturais de Salvador, Dênia Gonçalves e durante quatro anos trabalharam pela aprovação junto aos órgãos competentes.
Os trabalhos começam pela reforma da cobertura e do madeiramento estrutural e dos elementos de ornamentação e calhas. As equipes farão a recolocação das rosáceas e modernização de toda parte elétrica no interior e exterior da igreja, assim como instalação de sistema de combate a incêndio. Também serão realizados o restauro e a requalificação interna, com recuperação de elementos artísticos.
A implantação da galeria será a última etapa. Ela será construída nos dois primeiros pavimentos da torre, que antecedem o sino. Nas suas cúpulas e agulhas serão instaladas uma passarela e telas de projeção para contar a história da construção da Catedral, bem como exibir documentos históricos da fundação da cidade. A nova área permitirá a visitação do público à torre, com sua altura de 70 metros e vista panorâmica da cidade.
O projeto foi desenvolvido há quatro anos pela Mitra Diocesana e, segundo o BNDES, o apoio não é reeembolsável, ou seja, após a execução da obra, não haverá necessidade de quitação financeira do empréstimo.