Chuvas: não se pode alegar desconhecimento, diz secretário de Defesa Civil

13/01/2021 12:24
Por Janaina do Carmo

Em três décadas, mais de 440 pessoas perderam as vidas nas chuvas de verão em Petrópolis. Entre os anos de 1988 e 2018, foram 14 registros de mortes em decorrência de deslizamentos de terra e enchentes. A maior delas, ocorrida em fevereiro de 1988 que deixou quase 200 mortos. O temporal no Vale do Cuiabá e arredores, em Itaipava, em janeiro de 2011, foi a segunda maior tragédia, quando 74 pessoas perderam as vidas.

Para o secretário de Defesa Civil, tenente-coronel Gil Kempers, a tragédia do Vale do Cuiabá deixou um legado e um aprendizado para o poder público. “O maior aprendizado que tivemos é que não se pode mais alegar desconhecimento e que os fenômenos naturais acontecem sem nenhum tipo de previsão. Hoje se entende que se deve preparar a população com treinamentos e capacitação, bem como com sistemas preventivos e preditivos que possam antecipar tragédias como a da Região Serrana em 2011. Não se pode mais alegar desconhecimento”, ressaltou o secretário.

Após a tragédia de 2011, as cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro passaram a contar com o Sistema de Alertas de Cheias para informar a população sobre os riscos de deslizamento e enchentes e orientar as ações das prefeituras e defesas civis. Os municípios também passaram a promover ações de prevenção nas comunidades e escolas para mitigar os riscos.

Em Petrópolis, o Sistema de Alertas de Cheias conta com 20 conjuntos de sirenes instaladas em 12 comunidades, incluindo o Vale do Cuiabá. Além disso, as campanhas de prevenção acontecem ao longo do ano visando orientar as pessoas que vivem em áreas de risco. “Os órgão municipais, estaduais e federais trabalham de forma integrada para mitigar os desastres. Sistemas como o de sirenes e SMS aumentam o fluxo de informação da população que deve saber como agir em momentos de desastres, assim como acontece no Japão, Estados Unidos e Chile”, comentou o tenente-coronel Gil Kempers.

Além das sirenes e dos pluviômetros que indicam a quantidade de chuva, a Prefeitura planeja a instalação de um piezômetro (equipamento que mede a quantidade de água absorvida pelo solo). O equipamento vai permitir um recorte mais detalhado da análise da cidade por região. Essa informação será utilizada para aprimorar o sistema de alerta de cheias. Nesta primeira fase, de acordo com a Prefeitura, serão instalados quatro piezômetros.

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