Chuvas em Petrópolis: parte do protocolo de segurança para o transporte público – em caso de inundações – não foi realizado até o momento

Perto das chuvas de verão, a população vive o medo permanente de reviver a tragédia das últimas chuvas em Petrópolis – como a de fevereiro e março deste ano.

*Matéria atualizada na segunda-feira (24), às 11h46, com a resposta da Defesa Civil

O protocolo de segurança para o transporte público faz parte das medidas propostas em agosto deste ano, mais especificamente no dia 31 de agosto, quando foi realizada uma reunião pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) para apresentação do protocolo de segurança em caso de inundações. Entre as medidas propostas estavam a criação de rotas de fuga, ida para locais seguros, orientação para profissionais das empresas de ônibus e a implantação de cancelas com fechamento automático para impedir a passagem de veículos em situação de perigo na Rua Coronel Veiga.

Implantação das cancelas na rua Coronel Veiga

Mesmo com o período das chuvas cada vez mais próximo, a implantação das cancelas com fechamento automático, que tem como objetivo impedir a passagem de veículos em situação de perigo na rua Coronel Veiga, ainda não foi, de fato, implantada. De acordo com a Defesa Civil, o projeto está na fase final pela empresa responsável. A data da apresentação do protótipo não foi informada.

Ilhas de Segurança

A Defesa Civil já havia mapeado os pontos de segurança na Coronel Veiga, Washington Luiz e na Rua do Imperador. Para o Secretário Municipal de Defesa Civil, Gil Kempers, esses são locais onde não há registro de alagamentos. Por isso, as áreas citadas receberão demarcação no chão para que as pessoas saibam onde é seguro ficar.

Questionados sobre a criação das “ilhas de segurança”, que estavam para serem demarcadas no fim de setembro e início de outubro, a Defesa Civil informou que o projeto está pronto e que a demarcação será feita, mas ainda não há data prevista.

Treinamento dos profissionais do transporte público

O treinamento dos profissionais do transporte público em caso de inundações foi realizado na segunda-feira (3). Segundo informações da Defesa Civil, os agentes multiplicadores foram capacitados para repassar as orientações aos demais motoristas e agentes, e a população terá acesso a esse protocolo no lançamento do Plano Verão 2022/2023, que vai acontecer em breve.

Tragédia de fevereiro

No dia 15 de fevereiro deste ano, a imagem devastadora dos dois ônibus da Petro Ita sendo arrastados pela enxurrada viralizou na internet e, até hoje, mesmo oito meses após o temporal, a imagem causa comoção. Na ocasião, pessoas foram levadas pela água do Rio Quitandinha. Duas pessoas ainda estão desaparecidas.

Decadência do transporte público

Com a realidade do transporte público cada vez mais decadente no município, o medo dos petropolitanos é de que, com a chegada das chuvas, o transporte público não esteja devidamente seguro para a época da cheia.

Nesses dois últimos sábados, 15 e 22 de outubro, a Tribuna informou que a porta de dois ônibus – da Turp e da Petro Ita – caíram. Na primeira ocasião, a linha 700 Terminal Itaipava estava em direção ao Centro Histórico, quando, em movimento, a porta do veículo caiu. Nesta outra vez, a porta do coletivo despencou quando o veículo estava indo para a Rua Lopes Trovão, no Meio da Serra. O fato é que, quem precisa utilizar o transporte público, está cada vez mais inseguro, situação essa que só se agrava com o passar do tempo, a falta de respostas e a previsão de chuvas para o município.