Clínica da dor do HAC auxilia pacientes com dores crônicas

22/07/2019 22:00

O cuidado da dor é uma das especialidades do Ambulatório do Hospital Alcides Carneiro (HAC). Com atendimentos semanais, a Clínica da Dor faz o acompanhamento periódico aos pacientes, que nesta época do ano, sofrem um pouco mais com os efeitos do inverno. E para controlar as dores intensas, causadas por diferentes quadros clínicos, os profissionais da dor reforçam os cuidados aos pacientes. O serviço é uma das mais de 30 áreas médicas com atendimento ambulatorial no hospital e conta com pacientes acompanhados há mais de oito anos. 

A escritora Rosângela da Silva é uma das pacientes, acompanhada desde 2011. Ela foi indicada para a Clínica da Dor após passar por todo o tratamento de um câncer no pâncreas, continuou tendo dores no abdômen. Mesmo com o estado de saúde estabilizado, ela continua com os cuidados para garantir o controle da dor. “Quando eu comecei o tratamento, eu sentia muita dor, hoje eu posso dizer que está totalmente controlada. Todos os meus remédios são fornecidos no hospital. Para mim, esse cuidado tem sido muito bom”, conta Rosângela, que já pensa em escrever sobre sua experiência com o câncer na próxima obra. 

O relato da paciente descreve com exatidão os objetivos do tratamento proposto na Clínica da Dor, que visa o controle da dor para devolver a qualidade de vida aos pacientes. 

O atendimento conta com a médica, acupunturista, psicólogo e farmacêutico. O paciente, após passar por atendimento na rede, sendo diagnosticado com dor crônica, é indicado ao tratamento especializado. Ao iniciar o acompanhamento, passa pela consulta com a especialista, que verifica o quadro clínico e define o melhor procedimento a ser adotado para controlar a dor do paciente.  “O objetivo é ter o controle da dor. A medicina é uma ciência de meios, a gente se empenha para alcançar a analgesia, para que o paciente fique sem dor”, explica a médica, Chrisley Guenin.

Ao longo do tratamento, que conta com as sessões de acupuntura e consultas com a psicóloga, o grau da dor do paciente é avaliado, sendo adequada a dosagem do medicamento. “Vamos fazendo ajustes durante o tratamento. Como por exemplo, os casos de dores neuropáticas, essas pioram com o frio e geralmente nessa época do ano precisamos aumentar um pouco a medicação. Para o paciente que tem um controle por longo tempo, vamos retirando o medicamento”, frisa. 

A dona de casa, Valdea Pegoraro, de 60 anos, há cinco anos iniciou o tratamento para cuidar de uma neuralgia. Depois de dois anos buscando atendimento, encontrou o tratamento da rede pública. “Foi muito bom para mim, vivia tomando muito remédio, e só foi dar certo agora. Hoje estou livre da dor. Estou fazendo tratamento há cinco anos e agora eu só faço o controle a cada quatro meses. Valeu muito a pena”, conta.

A massoterapeuta Rutineia Silva Abranches, de 58 anos, é uma das pacientes mais recentes. “Estou começando a me tratar, todo inverno piora bastante. O frio me castiga muito. Estou gostando a única coisa que quero é ficar sem dor”, destaca. 

Maior parte dos pacientes atendidos na Clínica da Dor são oncológicos, mas a médica destaca que são diversos quadros clínicos que podem resultar em dores crônicas. “Existem algumas síndromes que levam à dor crônica, são várias patologias que precisam de acompanhamento. O paciente com dor crônica tem sofrimento psíquico, associado com depressão e ansiedade. Isso tudo gera um estado emocional que interfere na qualidade da dor. Os estudos mostram que depressão gera dor e que dor crônica, gera depressão. Isso é chamado de dor na alma e precisa de acompanhamento. Usamos a medicação associada à psicoterapia”, explica a médica especialista.

Além das dores acometidas por doenças, o envelhecimento, a falta de atividade física, o estresse, o estado emocional também levam o paciente a sentir dores, que precisam ser tratadas para a busca da qualidade de vida. “Na medida do possível nos empenhamos para que o paciente tenha qualidade de vida para que realize as atividades sem dependência”, reforça. 

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