CNC: cassino físico poderia arrecadar R$ 37,3 bi por ano e gerar 1 milhão de postos de trabalho

11/nov 13:31
Por Lavínia Kaucz / Estadão

Enquanto os cassinos online podem gerar R$ 14,5 bilhões em impostos por ano, os cassinos físicos teriam potencial de arrecadar R$ 37,3 bilhões anualmente se fossem legalizados, de acordo com o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Felipe de Sá Tavares. Ainda de acordo com dados da entidade, o cassino físico poderia gerar 1 milhão de postos de empregos.

As informações foram apresentadas em audiência pública realizada no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os impactos das apostas esportivas online, as chamadas “bets”. A CNC é autora da ação que questiona a lei que regulamenta as bets no País.

Segundo o estudo feito pela CNC, as apostas online resultam em uma perda de R$ 19,5 bilhões a R$ 220 bilhões no PIB anual brasileiro, enquanto um cassino por Estado no Norte e Nordeste poderia gerar um efeito positivo de R$ 148,4 bilhões. Em termos de faturamento, Tavares disse que as bets causam a perda de R$ 39,3 bilhões a R$ 364 bilhões por ano, enquanto os cassinos físicos poderiam gerar R$ 274,9 bilhões. “O cassino físico ativa toda uma cadeia hoteleira, de varejo e desenvolvimento local, que no online, feito do sofá da sala, é impossível de ser alcançado”, afirmou.

“Em todos os outros países, a modalidade mais clássica de aposta é no cassino físico. Você consegue proibir que menor de idade entre, consegue criar mecanismos de controle reais para que aquele CPF não saia de uma mesa e vá pra outra, pode criar um 0800 onde um apostador compulsivo ou a família dele pode ligar e fazer um cadastro negativo daquele CPF”, defendeu.

Tavares também afirmou que o varejo deixou de faturar R$ 90 bilhões em 2024 apesar do aumento do poder de consumo das famílias, o que sugere que parte desse dinheiro tenha sido direcionado para as apostas online. “Está aumentando a renda, o varejo deveria estar performando melhor, mas esse dinheiro desapareceu na atmosfera, porque a poupança não aumentou e o consumo está abaixo do que deveria estar.”

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