Coalizão de 200 organizações entrega manifesto ao STF em defesa das eleições
Os arroubos do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à lisura do processo eleitoral brasileiro têm encontrado resistência em organizações da sociedade civil organizada. O Pacto pela Democracia, coalizão composta por 200 entidades autônomas, entregou um manifesto ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, nesta quarta-feira, 11, com mensagem de repúdio aos “discursos antidemocráticos que enaltecem ideias de cunho autoritário”, em alusão ao atual chefe do Executivo.
O procurador de Justiça Roberto Livianu, colunista do Estadão, representou a coalizão ao lado de outras lideranças parceiras no encontro com Fux. Ele é presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, uma das organizações que assinam o manifesto. Segundo Livianu, o presidente do Supremo garantiu que, na composição da Corte, o placar em defesa da democracia é de “11 a zero”.
“O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral fazem o seu trabalho honradamente e podem ser criticados em decisões individuais tomadas, sem sombra de dúvidas, o que não se pode admitir é o discurso tirânico e golpista”, disse Livianu a jornalistas na saída da Suprema Corte. “Estamos preocupados com a preservação da democracia. Não admitimos retrocessos e não transigimos com a democracia”.
No manifesto entregue ao presidente do Supremo, a coalizão Pacto pela Democracia afirma que o País viverá as eleições mais desafiadoras da história, “em função dos sistemáticos e infundados ataques do presidente Jair Bolsonaro, e de seus apoiadores ao processo e às instituições eleitorais”.
O documento ainda argumenta que “descredibilizar e enfraquecer o processo eleitoral interessa apenas àqueles que não têm compromisso com a expressão da vontade popular”, novamente em alusão a Bolsonaro.
O grupo Pacto pelo Democracia ainda terá audiências com senadores e entregará o manifesto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ao presidente do TSE, Edson Fachin.
“O conteúdo do manifesto tem como objetivo demonstrar as preocupações da sociedade civil neste momento com esse discurso cada vez mais crescente de um setor radicalizado em um dos Poderes, que visa fragilizar a democracia no Brasil através do questionamento do processo eleitoral”, disse Natália Sant Anna, coordenadora de advocaci do Pacto pela Democracia.