Colapso nas prisões e vereadores presos
Desde a semana passada estamos vendo na mídia nacional, matérias sobre o colapso nos presídios e o risco que isto está trazendo para sociedade. Na quarta-feira, como já ocorreu no Rio e São Paulo, diversos ônibus foram queimados no Rio Grande do Norte. Uma ação anunciada pelos chefes das facções que brigam dentro dos presídios da região Norte e parte do Nordeste.
Na quarta-feira, em meio as matérias sobre o colapso nos presídios, somos surpreendidos com vereadores presos, que deixam o presídio e as cadeias para tomar posse e um que toma posse como vereador, dentro do presídio.
Creio que estou dormindo e tendo um dos piores pesadelos da minha vida.
Em meio à crise política, econômica, social, educação e etc, pessoas presas, que concorreram a cargos públicos (vereadores), conseguem liminar da Justiça Brasileira para tomar posse. Tudo bem que a legislação, conforme interpretação lhes garante este direito, mas onde está o bom senso? Onde está a moralidade? Onde está a jurisprudência que os juízes podem criar e que se transformam quase em regras para futuras decisões judiciais?
Creio que estou sonhando, pois não é o país que vivo e acredito.
Podem até me dizer que uma coisa não tem nada haver com a outra. O colapso nos presídios é uma coisa e a posse dos vereadores é outra coisa.
Mas, creio que, nos presídios e em celas de delegacias espalhadas pelo Brasil há milhares de cidadãos a espera do alvará de soltura, de uma assinatura de um juiz, da defesa de promotor ou advogado, pois são pessoas cujos delitos não deveriam ser a prisão, mas outra forma de compensar o crime.
Vale lembrar que, se um cidadão trabalhador passou num concurso público ou nos testes para ser contrato por uma empresa, se for preso dias antes, não há lei e nem decisão que obrigue o concursado tomar posse e a empresa de contratar aquele trabalhador preso.
Para os presos, agora vereadores presos, não somente são levados a Câmara para posse, podem nomear gabinetes, como a legislação lhes dá todos os direitos. Vale lembrar que pagaram advogados e que, se foram eleitos, foram eleitos com voto popular, secreto e numa eleição democrática. Infelizmente, este é o Brasil que estamos vivendo, o país das contradições em todas as áreas e segmentos.
Para terminar, vale ressaltar que, Jesus Cristo também foi vítima da contradição de seu tempo, queriam o messias, mas que fosse um revolucionário de espadas e não um revolucionário humano, cuja arma foi o amor e o acolhimento dos sofridos e esquecidos pelos “poderosos”.
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