Colisão entre veículos no Centro Histórico reflete no trânsito de bairros próximos

Uma pequena colisão envolvendo dois veículos foi o suficiente para causar um verdadeiro nó no trânsito do centro da cidade na tarde de ontem. O acidente aconteceu próximo ao Terminal Rodoviário Imperatriz Leopoldina (Terminal Centro) e foi resolvido rapidamente, sem nenhum ferido. No entanto, o tumulto e o acúmulo de veículos em fila dupla, tanto pela Rua Paulo Barbosa quanto pela Rua do Imperador, no sentido Terminal, acabou provocando um grande congestionamento.

As filas no trânsito prejudicaram principalmente quem vinha da região do Quitandinha ou Valparaíso com destino ao centro da cidade. Para os motoristas de ônibus, o fato que aconteceu hoje não é uma novidade. “Hoje demoramos um pouco mais, no entanto, ficar parado no trânsito fora dos horários de pico não é uma novidade. Nós que trabalhamos no trânsito temos um horário para cumprir e a cada ano demoramos mais tempo entre nossa origem e o nosso destino. Isso acaba obrigando a empresa a modificar a escala e fazer alterações nos horários, porque quanto mais o tempo passa, mais tempo levamos para fazer um trajeto que antes era simples”, disse o profissional que trabalha na empresa Petro Ita. 

O trânsito também ficou ruim na rua Monsenhor Bacelar devido às filas formadas na Washington Luiz. Com isso, o trânsito ficou um pouco confuso também na Praça da Liberdade. Muita gente que  mora na região da Coronel Veiga preferiu vir a pé para o Centro. 

Conforme disse o motorista de ônibus, o congestionamento de ontem foi bem grande, mas problemas como esses estão se tornando cada vez mais frequentes em Petrópolis. Com pouco mais de 296 mil habitantes, a cidade projetada para carruagens hoje tem uma frota de 157 mil veículos, o que equivale a pouco mais do que um carro para cada duas pessoas.

Serviços ainda são centralizados

Mesmo com o crescimento rápido e desordenado de bairros e localidades de Petrópolis, a grande concentração de bancos, escolas, universidades, hospitais e outros serviços continuam se mantendo no centro da cidade. Quase todo mundo que mora nos bairros precisa vir para cá pelo menos algumas vezes por semana para resolver algum tipo de problema. Plano de saúde, lojas de departamentos, comércios com preços mais em conta, órgãos do governo e até mesmo oportunidades de emprego. Os motivos para que uma grande quantidade de pessoas frequente o centro da cidade são muitos. Na maioria das vezes por falta de serviços em bairros e distritos, o cidadão precisa sair de sua região, mesmo que seja distante, para ir até o Centro resolver algo que poderia ser feito em outro lugar. 

Quem mora do outro lado da cidade, como na Posse, por exemplo, pode levar de 1h30 até 2h30 para chegar até aqui. Na estrada União e Indústria, principal ligação entre os distritos, em alguns trechos a velocidade não passa dos 10 km/h. Nesse trajeto de pouco mais de 40km, a velocidade total é de 20km/h. E quem depende do transporte público sofre ainda mais, isso porque além dos inúmeros pontos de engarrafamento no meio do caminho, os ônibus estão cada vez mais lotados e atrasados por causa dos engarrafamentos.

Cidade tem mais carro por habitante que a própria capital

Na relação de carros por habitante, Petrópolis é uma das cidades do país que concentra maior número de veículos, ganhando até de metrópoles como o Rio de Janeiro e São Paulo. 

Dos 157 mil veículos que trafegam pelas ruas de Petrópolis, 106 mil são carros de passeio. Mas por que tanta gente prefere sair de carro do que de ônibus se é tão difícil achar uma vaga para estacionamento na cidade? Será que o sistema de transporte não oferece conforto e pontualidade suficiente?