Com contratos reformulados, banco do BRB com Flamengo terá novo app e busca sócio

14/abr 12:00
Por Matheus Piovesana / Estadão

O Nação Fla, banco digital montado pelo Banco de Brasília (BRB) em parceria com o Flamengo, deve ganhar um cartão de crédito para clientes de alta renda e um “superapp”, com todas as funcionalidades do relacionamento bancário, nos próximos meses. As mudanças serão os primeiros passos após a mudança nos contratos que regem o acordo entre o banco e o clube, com a criação de uma nova empresa, para a qual o BRB busca um sócio.

No início do mês, BRB e Flamengo aprovaram a criação de uma empresa em que o banco é sócio, e em que o clube tem uma opção de compra de 45% do capital, com participação nos lucros de igual proporção. Essa empresa vai estruturar plataformas e produtos, e contratará o BRB para que siga concedendo crédito aos clientes, que somavam 3,5 milhões em dezembro passado.

“Essa estrutura traz mais liberdade, e maior foco para a atuação, uma vez que passamos a ter uma equipe dedicada”, diz o presidente do BRB, Paulo Roberto Costa. De acordo com ele, o contrato original, firmado em 2020, foi dividido em três: um para a parceria em si, outro para licenciamento e um terceiro para o patrocínio do banco ao clube. Os dois primeiros valem por 20 anos, e o patrocínio vai até março de 2026.

O banco digital do Flamengo foi o símbolo da expansão do BRB pelo País, fruto de uma estratégia implementada pelo banco público do Distrito Federal a partir de 2019. Considerado o clube de futebol com a maior torcida do Brasil, estimada em 50 milhões de pessoas, o Flamengo “levou” o BRB a ter clientes em 93% das cidades brasileiras.

Estes números fazem com que a instituição avalie ter em mãos um ativo de forte potencial no disputado mercado dos bancos digitais. Por isso, o BRB busca um terceiro sócio para a nova empresa, que poderá ficar com uma fatia ainda não definida do negócio. Como os ativos bancários seguem com o BRB, o balanço da nova companhia é mais “leve”, e atrativo inclusive para empresas que não atuam no negócio financeiro.

“Fomos procurados por empresas de tecnologia, por bancos digitais, e por empresas de turismo e transporte que queriam ter acesso à base de torcedores”, diz Costa. De acordo com ele, a reformulação dos contratos era importante para conseguir enfim fechar negócios.

A paixão do brasileiro pelo futebol é um dos campos em que os bancos querem marcar gol. Em 2019, o Corinthians fechou um acordo com o BMG, também parceiro do Vasco, para ter um banco com o próprio escudo. No ano passado, foi a vez do Palmeiras criar a própria conta digital, através de contrato com a Pefisa, da Pernambucanas.

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