Com emergencial na mira do Ministério Público, CPTrans abre contratação para controladores de trânsito

15/08/2022 20:17
Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

A Companhia Petropolitana de Trânsito e Transporte (CPTrans) abre nesta terça-feira (16) a contratação para 39 controladores de trânsito. A medida foi tomada após o contrato emergencial firmado com a empresa Via Rio, alvo de investigação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Civil, chegar ao fim nesta segunda-feira (15). A Prefeitura informou que o contrato não foi renovado e que abriu uma sindicância para apurar as denúncias que culminaram na investigação.

Uma comissão será formada por funcionários concursados para investigar os contratos e emitir um parecer informando se houve irregularidades ou não, informou o novo diretor-presidente da CPTrans, Fernando Badia. O parecer será enviado ao Conselho de Administração da Companhia. 

“O contrato com a Via Rio terminou e não será renovado. Como estamos em meio à Bauernfest, que gera uma grande demanda no tráfego da cidade, vamos contratar, a partir de terça-feira, os controladores de trânsito por meio de Regime de Pagamento Autônomo (RPA), garantindo o apoio ao trânsito durante o evento”, disse o novo presidente da CPTrans. Ao todo, 39 controladores de trânsito serão contratados por RPA.

Como a Tribuna noticiou em primeira mão, a CPTrans firmou um contrato com a Via Rio de R$ 669 mil por três meses pela mão de obra de 25 operadores de trânsito. O contrato emergencial se beneficiou do estado de calamidade pública que o município enfrenta desde fevereiro. Neste meio tempo, o diretor-presidente afastado Jamil Sabrá havia suspenso o convênio com a Guarda Civil que faz o controle do trânsito e também a fiscalização, sem custos adicionais aos cofres do município. Após a Tribuna noticiar a CPTrans voltou atrás e renovou convênio com Guarda Municipal.

Na última sexta-feira, Jamil Sabrá, seu irmão, Bernardo Sabrá, e o diretor-financeiro da Companhia Ralf Costa Silva entraram na mira do Ministério Público e Polícia Civil na ‘Operação Clean’, que apura denúncias de corrupção na CPTRans. 

De acordo com as informações do Ministério Público, Jamil constrangeu a antiga empresa, contratada por meio de licitação, Green Coast, a demitir 40 funcionários para que fossem contratadas pessoas indicadas por ele. Além disso, as denúncias apontam que as duas empresas faziam pagamentos a terceiros, a pedido de Jamil. Um dos pagamentos feitos por PIX era para pagar a empregada da casa de Jamil. E ainda há denúncia de superfaturamento na contratação emergencial da empresa Via Rio. De acordo com as investigações, a CPTrans vinha pagando o dobro do que era pago à empresa anterior. 

Leia mais: ‘Pix da CPTrans’: investigação aponta que empregada da casa de Jamil era paga por terceirizada

Jamil foi afastado do cargo por determinação judicial, e demais envolvidos também deixaram os cargos. Seu irmão, Bernardo Sabrá, que estava nomeado em um cargo comissionado no Instituto Metrópole, do Governo do Estado, foi exonerado na última sexta-feira (15), dia em que foi deflagrada a operação, em uma edição extra do Diário Oficial do Estado. 

Leia mais: Irmão de Jamil é um dos investigados na operação que apura superfaturamento na CPTrans

A Tribuna fez contato com a defesa, mas não se posicionaram sobre o caso. 

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