Com ou sem túnel: Duarte da Silveira sofre com o impacto no trânsito

12/11/2017 07:00

Mesmo que a nova subida da serra seja concluída pela Concer – concessionária que administra a BR-040 – e o maior túnel rodoviário do Brasil entre em operação, a cidade continuará sofrendo com os impactos do trânsito. O projeto prevê a região do Duarte da Silveira como a único local de entrada da cidade para quem sobe a serra. Atualmente, os motoristas podem passar pelo Quitandinha ou pelo Bingen para chegar a cidade, com o túnel essa entrada seria apenas pela Duarte.

Com o desabamento ocorrido na última semana na altura do km 81 da BR-040, na comunidade do Contorno, o trânsito na rodovia teve que ser direcionado para a Duarte da Silveira. Quem mora na região, mesmo sem o túnel estar concluído, já sofre com o aumento com o fluxo de veículos. Na tarde de sexta-feira (10) atravessar um trecho entre as ruas Luiz Winter e Bingen levava em torno de quarenta minutos.

O aposentado Paulo Batista da Silva, de 65 anos, mora bem em frente a saída do túnel. Durante meses ele conviveu com as explosões das escavações e agora convive com os engarrafamentos. "Se todos os veículos que quiserem chegar a cidade passarem por aqui não vai ser nada positivo. Esse desvio que está sendo feito agora por conta do deslizamento no Contorno mostra que não há estrutura do nosso bairro para aguentar todo o trânsito", lamentou.


As ruas da região além de estreitas estão em péssimo estado de conservação. Além disso, a localidade conta com indústrias, escolas e creches, e um intenso comércio. "Os motoristas não estão respeitando os limites de velocidade, estão achando que aqui é a BR e estão trafegando a todo vapor. Ficou muito ruim para quem mora aqui. Minha netinha estuda aqui perto e estamos com medo de acidentes. Se este túnel realmente ficar pronto e todos os carros passarem por aqui vai ser bem ruim", disse a dona de casa Cleuza Fonseca, de 49 anos.

No projeto apresentado pela Concer é previsto modernização nas ruas que ficam na saída do túnel, mas para os moradores fica a dúvida sobre a estruturação das vias para receber um maior fluxo de veículos. "Durante as escavações a Concer nunca explicou nada. Não recebíamos nenhuma informação sobre o que estava sendo feito, como estava sendo feito e como ficaria depois de pronto", denunciou Paulo Batista.

As obras da nova subida da serra estão paralisadas desde julho do ano passado. Além do túnel, o projeto prevê edificação de vias marginais, retornos, variante de traçado e a ligação Bingen-Quitandinha. A previsão inicial de início de conclusão da nova subida da serra era para 2001, cinco anos após a celebração do contrato de concessão. No entanto, somente em 2011 a Concer apresentou à ANTT os projetos e a obra só começou dois anos depois.


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