Com título de Capital Estadual da Cerveja, Petrópolis vê mercado crescer

12/07/2019 10:00

É difícil encontrar em Petrópolis quem nunca tenha provado pelo menos uma das marcas de cerveja artesanal produzidas por aqui. Elas estão por todos os lugares; nas festas e eventos, em festivais organizados pelos produtores, nos mercados, nos restaurantes. E não é à toa, a Cidade Imperial está comemorando, neste domingo (14.07), dois anos de Capital Estadual da Cerveja, e com cada vez mais sede de novos negócios no setor. Neste período, a desburocratização para tirar do papel sonhos de pequenos e médios produtores, o incentivo e fomento dado pela prefeitura, a garantia de participação nos eventos do calendário turístico e os passeios nas fábricas visando os visitantes de fora têm feito com o que o setor se firme como uma das principais vocações atuais do município.

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No total, Petrópolis já conta com 24 marcas de cerveja produzidas aqui, sendo três grandes fábricas – Bohemia (AmBev), Grupo Petrópolis e Cidade Imperial, além de 21 artesanais, distribuídas entre fábricas (Buda Beer, BrewPoint, Odin, Real e Rocky Garden) e ciganas. Em 2018, só as microcervejarias produziram 1 milhão de litros da bebida que é uma das paixões dos brasileiros, com um investimento de R$ 10 milhões no setor, que emprega mais de 5 mil pessoas direta e indiretamente.

“Percebemos que essa é uma nova vocação da cidade, que ajuda a movimentar a economia. Temos incentivado novos pequenos produtores, com a desburocratização para a criação de novos negócios na cidade, com a Lei de Incentivo, e a criação da lei que garante a presença das cervejas artesanais nos eventos do município, como a Bauernfest, por exemplo, que tem sido sucesso nas últimas edições”, frisa o prefeito Bernardo Rossi. Na 30ª Festa do Colono Alemão de 2019, mais de 130 mil litros de cerveja foram consumidos, sendo 30 mil só de cerveja artesanal na barraca que ficou nos jardins do Palácio de Cristal, em 17 dias de evento.

Nestes dois anos de Capital Estadual da Cerveja, a lei 7.565 de outubro de 2017, que regulamentou o setor facilitando a instalação das microcervejarias artesanais e brewpubs (bares que produzem as próprias cervejas), foi um dos exemplos de incentivo do município ao setor, trabalhando para fortalecer os cervejeiros.


“Essa desburocratização ajudou muito. É, sem dúvida, um setor muito importante na cidade. De acordo um estudo da FGV, a cada funcionário de uma cervejaria, outros 52 são criados indiretamente na cadeia produtiva. E é uma vocação da cidade. Já é, também, um atrativo turístico. Muitas fábricas oferecem o beer tour, por exemplo”, frisa o presidente da Associação das Microcervejarias de Petrópolis, José Renato Romão

O jovem Frederico Vanzan está entre os empresários da cidade que resolveram unir a paixão pela cerveja a novos negócios. Ele e dois sócios formalizaram este ano a criação da cerveja artesanal “De Souza”.

 “A De Souza começou em 2015 como uma brincadeira, usávamos panelas e materiais de cozinha comuns e fazíamos sem intuito de venda. A partir daí as pessoas começaram a gostar, começamos a produzir mais, até que resolvemos comprar um equipamento mais profissional e fomos buscar legalizar a cervejaria. Naquela época já tinha um movimento grande na cidade de cervejas artesanais, mas ainda não tinha a lei municipal de incentivo, como tem agora. Hoje, somos três sócios que damos conta sozinhos de gerir a cervejaria. A nossa legalização saiu em maio e a partir de agora vamos colocar a cerveja no mercado, então provavelmente teremos necessidade de funcionários”, explica o cervejeiro. “O mercado é bastante promissor em Petrópolis, ainda mais com essa lei do incentivo e também sendo Capital Estadual da Cerveja, que é um marketing muito bom”, completa.

Atualmente, a estimativa é de que existam na cidade mais de 60 cervejeiros de panela – os que fabricam em casa, para consumo doméstico. Mas muitos acabam ganhando força e se tornam cervejarias. Mas a bebida já tem história por aqui. O município abriga a primeira cervejaria do Brasil, a Bohemia, fundada em 1853. Agora, Petrópolis segue a tendência de todo o país com o crescimento da produção de cerveja artesanal.

“O município tem um grande potencial também para o turismo cervejeiro, que vem sendo explorado cada vez mais. Virou um hábito petropolitano e algo que agrada, e muito, o turista. O visitante, quando chega aqui, gosta de provar os produtos locais, saber como são as cervejas produzidas aqui. E isso é um apelo turístico muito forte. Os restaurantes também estão investindo em parcerias, vendendo pratos harmonizados com as cervejas fabricadas na cidade”, destaca o secretário da Turispetro, Marcelo Valente.

Aprovado por unanimidade em 22 de junho do ano passado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), desde 14 de julho de 2017 é lei o projeto classificando Petrópolis como Capital Estadual da Cerveja.


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