Começa a segunda etapa da interdição da BR-495
Começou hoje (17) a segunda etapa de interdições ao tráfego na Rodovia BR-495, que liga o distrito de Itaipava à cidade de Teresópolis. Nesta fase, a interrupção acontece do km 15 ao km 16,5, onde operários trabalham na substituição da estrutura de uma ponte sobre o Rio Jacó. A passagem de veículos ficará interrompida até o próximo dia 26. Somente pedestres conseguem atravessar o riacho, numa ponte improvisada construída para os funcionários da obra.
A intervenção faz parte de um conjunto de obras de manutenção e recuperação emergencial da Rodovia que está sendo realizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT). Dezenas de construtores estão trabalhando na substituição das estruturas de quatro pontes, com demolição e construção de novas pontes.
Além da obra no km 15, há outras intervenções em encostas em diferentes pontos da rodovia, onde o trânsito opera no sistema pare-siga.
Com a pista fechada, muita gente que trabalha ou estuda em Teresópolis e precisa da rodovia com frequência acaba tendo que percorrer alguns quilômetros a mais para chegar ao destino. “A gente sabe que é por um bom motivo, mas é um transtorno. Ainda bem que não fizeram isso no início do ano”, disse Pâmela Castro, que mora em Madame Machado e estuda em Teresópolis. Pâmela negociou com professores da faculdade e conseguiu trocar as faltas no período de interdição por trabalhos feitos em casa. “Eu vou fazer pesquisas e trabalhos específicos e enviar tudo por e-mail. Em troca, eles vão mandar questões e estudos dirigidos para eu fazer”, explicou Pâmela, que levaria mais de duas horas para chegar a Teresópolis pelo caminho alternativo.
A BR-495 também chamada de Estrada Philúvio Cerqueira Rodrigues, foi construída no século XX e era o principal caminho para o município vizinho até a década de 60, quando foi construída a Rio-Teresópolis.
Conhecida como Estrada das Hortênsias, a rodovia tem 33 quilômetros de extensão num trecho extremamente sinuoso que corta a Serra dos órgãos, um dos principais cartões postais do Brasil.
É justamente devido à quantidade de montanhas e ao clima chuvoso da Serra que a rodovia sofre com a degradação e ação direta do meio ambiente, o que acaba comprometendo as estruturas com o passar do tempo.
Hoje a estrada não é a única ligação de Petrópolis com Teresópolis, mas é o caminho mais curto entre as duas cidades. Uma alternativa para quem tiver que transitar entre esses municípios durante os períodos de interdição é passar pela estrada Bianor Esteves, em São José do Vale do Rio Preto. Por esse caminho são cerca de 80 quilômetros de Itaipava até Teresópolis, passando pelas estradas União Indústria, Silveira da Motta, Bianor Esteves e Santos Dumont (BR-116).
Para Pâmela, a estudante de Madame Machado, este trajeto é quase inviável. “Eu teria que pegar um ônibus para o Terminal de Itaipava, outro para a Posse. Um da Posse a São José, outro para Teresópolis. Seria mais de quatro horas na estrada para chegar à faculdade. Isso sem contar a volta para casa. Muito complicado. Dependemos dessa estrada para tudo”, completou.
Nesta segunda fase de interdição, a previsão é de que a via seja totalmente liberada no próximo dia 26. A próxima etapa que necessitará de interrupção total de tráfego acontece entre 2 e 11 de maio, do km 16,5 ao 18.