Começa o julgamento dos pais e do irmão de Stefanini Monken
Começou ontem o julgamento dos pais e do irmão de Stefanini Monken da Conceição, que foi assassinada dentro do sítio onde morava na Estrada da Saudade, no ano de 2011. Ao todo, 24 testemunhas, sendo doze de defesa e outras doze de acusação, apresentam desde ontem suas teses e provas para tentar convencer o júri sobre a acusação da família. Celso da Conceição (pai) é acusado de homicídio, fraude processual e ocultação de cadáver. Sua esposa, Andréa Helena de Freitas (mãe de Stefanini), e Wesdras Freitas, irmão da vítima, são acusados de fraude e ocultação de cadáver, por tentar esconder as provas do crime.
O Tribunal do Júri começou por volta de 11h, mas teve gente que chegou mais de três horas antes para não perder o lugar no julgamento. “Eu cheguei antes de abrir. Tinha que pegar senha para entrar, porque tinha muita gente do lado de fora. Conheço pessoas que chegaram aqui antes das 6h”, disse Rosiléia Conceição, de 36 anos, estudante de Direito.
Logo após a leitura do relatório do caso, começaram a ser ouvidos os depoimentos das testemunhas de acusação, começando pelo delegado titular da 105ª Delegacia Policial, Alexandre Ziehe, que relembrou alguns pontos que chamaram atenção no caso, como um bilhete com seu nome colocado numa encruzilhada na casa onde os pais de Stefanini estavam morando, em Macaé.
Depois disso, outras testemunhas foram ouvidas e o julgamento foi pausado para o horário de almoço, por volta de 13h, sendo só retomado depois das 14h30. A previsão é de que o Tribunal do Júri termine somente nesta quinta-feira (17), com a sentença final dada por sete pessoas, que compõem o Conselho de Jurados.
O advogado Pedro Miguel Cruz Júnior, que defende os três acusados, disse que ainda era cedo para tirar conclusões, mas que não havia provas que incriminassem as vítimas depois de suas prisões. “Depois da prisão efetuada não teve nenhuma diligência e nada que pudesse incriminá-los. Somente a questão do osso encontrado pelo cachorro”, explicou.
Já o delegado Alexandre Ziehe, que se envolveu totalmente com o caso, disse que saiu de consciência limpa e que aguarda ansiosamente a sentença final. “Estamos na torcida! Tudo foi apresentado. Muitas provas com gravações e indícios que incriminam totalmente os três acusados. Aguardo agora o resultado”, explicou.
Relembre o caso
Stefanini Monken da Conceição era dada como desaparecida desde 30 de setembro de 2011, quando o pai avisou à polícia sobre o suposto sumiço da jovem. Na época, a família espalhou cartazes pela cidade e chegou a promover campanhas com a intenção de encontrar a garota.
No entanto, em 2014, o resultado do exame de DNA feito num osso desenterrado por um cachorro no terreno de onde a jovem morava causou uma reviravolta no caso, que passou a ser investigado como homicídio. Depois disso, o pai confessou ter matado a jovem, mas disse que foi por acidente e que por isso teria forjado provas para que não fosse incriminado. A grande incógnita é com relação ao corpo da menina. Apesar da confissão, Celso nunca contou onde o corpo foi escondido.
Duas pessoas que chegaram a ser denunciadas por fraude processual e que eram vizinhas da família na época não foram a júri, porque o crime prescreveu. Já o outro suposto envolvido, tio da jovem morta, um sargento da PM, foi impronunciado porque não houve indícios suficientes para comprovar sua participação no crime.